sexta-feira, 17 de outubro de 2008

domingo, 28 de setembro de 2008

Blogs sobre o Rio de Janeiro

Faço parte do Carioquíssimo, blog coletivo sobre o Rio de Janeiro, só que ele anda meio abandonado e tô meio desanimado de continuar postando. É pena, a iniciativa é boa, porque cada um dos participantes (Lia, Giglio, Patricia) escreve sobre a sua visão da cidade e dá pra trocar umas figurinhas do que anda acontecendo por aí. Com o Carioquíssimo acabei descobrindo vários blogs e sites bons sobre a cidade do Rio. Aí vão eles:
* RJ TV
* Revista Zé Pereira
* Lá na Lapa
* Diário do Rio
* Flickr
* Simples Cidade

Além dos jornais e revistas:
* O Dia
* G1 - Rio de Janeiro
* Extra
* Jornal do Brasil
* Veja Rio
* Rio Show

Um jogo online sobre as eleições cariocas:
* Veja seu candidato a prefeito ideal

Mapas:
* do Metrô
* do Bonde de Santa Teresa

sábado, 13 de setembro de 2008

Dagofest

A etiqueta dagofest foi criada pra levar música boa pros preguiçosos e desinformados, tipo eu. A escalação? Foi escolhida pelo Dago. Dá uma conferida: apanhador só, are you god?, artificial, autoramas, bad folks, banalizando, bois de gerião, bonsucesso samba clube, caio marques, canastra, casa flutuante, chambaril, cidadão instigado, colorir, comma, constantina, contra fluxo, curumim, cérebro eletrônico, debate, deize tigrona, do amor, eddie, elma, fóssil, garotas suecas, grenade, gui boratto, guizado, haxixins, holger, hurtmold, josé makes machine, jumbo elektro, lavajato, lavoura, lucas santtana, lulina, m.takara, macaco bong, mamelo sound system, memorando, mezatrio, mombojó, mqn, mr. hendrik & the flamboyants, móveis coloniais de acaju, nancy, nervoso, orquestra contemporânea de olinda, parteum / mzuri sana, pelvs, radiola santa rosa, rua de baixo, rômulo fróes, sany pitbull, siba e a fuloresta, slim rimografia, stephanie toth, supercordas, superguidis, telepatas, the name, tony da gatorra, tony da gatorra 3G, toró, totonho e os cabra, turbo trio, twelves, vamoz, wado, wandula, zefirina bomba, zeroum, z’africa brasil, índios eletrônicos.

Brega & Chique - Seria o Rolex?

Embaixada de Pernambuco

Fui na Embaixada de Pernambuco, evento que tá reunindo vários artistas pernambucanos com vários shows, peças de teatro, apresentações seguidos em vários cômodos ao mesmo tempo num megacasarão lá em Santa Teresa, bairro de boêmios, músicos e artistas de berço, aqui do Rio. Achei a idéia foda e queria ter ido todos os dias mas não achei companhia e tinha aula e posso inventar vários motivos idiotas pra não ter ido quando queria ir.

Sexta então pilhei uma amiga, a Ju, parei no depósito do lado da sinuca e comprei umas itaipavas a 1 real, subi até a casa dela em Santa e ficamos esperando a Joana que sempre se atrasa. A Marcela comendo e a Lia variando entre a cozinha e a internet. Eu ansioso que queria ver o show do Vítor Araujo e quase partindo sem elas. Fiquei umas 2hs lá e a Joana finalmente chega. Falsificamos um boleto bancário e partimos, só parando pra comprar uma cerveja na Kombi de Itaipava a 1,50, num Largo que sempre esqueço o nome, de onde dá pra ver a Glória e tá sempre cheio de gente.

Subimos e começa a choviscar. Saco. As meninas discutem o fim do relacionamento da Ju e a Ju e a Joana fala "Você gasta sua energia em relacionamentos com gente que não merece" ou coisa assim, não lembro direito só sei que concordei na hora. Eu não falo nada, me concentro na ladeira, nas casas antigas e como Santa fica bonita na chuva e de noite.

A gente chega e começa a terminar a cerveja pra poder entrar, até que a Ju avisa "O Vitor Araujo tá tocando!" e termino num gole só e entro. Logo de cara vejo que transformaram um fusca num venda de discos. Legal a idéia, passo direto e entro no casarão. Ele tá no meio de uma sala enorme com o piano de calda, e pianos de calda são muito legais e geral sentado no chão ao redor dele vendo o moleque. Me acomodo em frente a uma menina que aponta "Aquele lugar ali tá vazio" e não tá, mas vou de qualquer forma. Sento e fico ouvindo o garoto tocar e vendo a cara das pessoas. Vejo a ex da Ju, que tá um cara, e que parece estar tentando recuperar um pouco do brilho que teve, ainda continua bonita, mas só tá parecendo uma menina magrinha. Vítor está descalço e é um molecote, simpático e não tem medo do público. As pessoas parecem hipnotizadas e não acho que ele toca tão bem assim, mas talvez eu esteja sendo escroto, o fato é que não fiquei boladíssimo com o show dele como todo mundo ficou. Pra finalizar o show ele toca Asa Branca com uns arranjos diferentes e fica bem bom. Ele pisa no piano, soca e faz um show e todo mundo aplaude. O show acaba, o povo se dispersa falando benzaço. Será que viram algo que não vi? Quero vir no dia seguinte pra ver o show todo.

Saio e as meninas compraram cerveja e vou até a banca de bebidas e pergunto se tem Dreher, não, não tem, e parto pra pinga. Na fila de comprar o vale pra pinga encontro uma colega da faculdade que não me reconhece mas finge que. "Pô, sou o Chico, vivia com o Diego. Um cara grande" e imito o Diego e ela me reconhece ou não, depois bateu uma dúvida. Antes de pagar a pinga fico vendo o cara da banca dizendo todas as bebidas e o preço delas pra menina na minha frente, coisa que fez durante várias vezes durante uns 10 dias e imagino que num depois distante da Embaixada, num sítio perto de Recife, alguém vai lembrar da época que eles vieram pra Santa e ele vai lembrar de cabeça as bebidas e o preço delas e o povo vai morrer de rir. Pego uma cachaça com gengibre, mel e ervas, muito gostosa.

Parto pro cômodo de baixo onde tá rolando um show, acho que Zé Cafofinho. Tá maneiro, mas é quando as coisas começam a ficar embaçadas e começo a misturar os momentos da noite. Sei que subi e vou ao banheiro, que fica atrás de uma porta muito grossa, numa sala com um teto muito alto e viro pra uma menina e digo isso "Porra, mas essa sala tem o teto muito alto!" e a gente conversa. Ela é de Recife e tá aqui no Rio fazem duas semanas só, morando em Botafogo. Vou ao banheiro depois parto pra uma sala que tá funcionando como livraria e leio uma causo de um recifense morando em Nova York e como a vida lá é mais simples, é compreensível e funciona e me pergunto se um dia eu vou cansar do Brasil e se vou ser eu que vou estar escrevendo um texto desse tipo. Do lado tem duas meninas muito gatas lendo algum livro. Tem muita gente bonita por todo lado.

Saio da casa e encontro o Vítor Araújo, que tá conversando e vou lá e digo "Queria ter visto seu show todo, mas só vi o final, amanhã venho pra ver ele inteiro" e ele diz "Vem sim" e completo "Baixei o seu disco e gostei muito" e sou sincero e ele percebe. Gosto pra caralho de ser sincero quando é pra ser sincero. A Marcela tá vendo uma peça de teatro e a Ju tá em algum canto vendo outra parada.

Essa hora me perdi de todo mundo. Desço e vejo algum show, deve ser Zé Cafofinho. Não, antes de descer encontro a Joana, uma neguinha muito desconfiada engraçada pra caralho. A gente pegou amizade fácil. E ficamos conversando com a mulher da banca sobre qual cachaça pegar e ela dá uma pequena amostra grátis de uma muito boa. A gente tá divertido e diverte a mulher, que acaba a cachaça com a gente, enchendo dois copos pelo preço de um. Pergunto o nome dela pra escrever aqui, caso eu fosse escrever, e eu ia escrever, e ela diz mas esqueço. Vacilo, a mulher foi muito nossa amiga.

Aí é o Zé Cafofinho, que toca rabeca de branco e chapéu, com um cara tocando cavaco e a banda toda atrás. E tá maneiro, a gente dança e dança e a Joana vai ao banheiro e não volta mais. A sala é grande, cheia de gente, cheiro de maconha e todo mundo dançando. Perto de mim tá a ex da Ju com o namorado e três meninas dançando, resolvo que o clima está muito bom e digo pra uma delas "O clima tá muito bom" mas digo pra errada, queria ter dito pra moreninha acastanhada de amarelo que dança olhando pro chão e sorrindo, tipo shoegazer que sorri. A menina errada ri e dança mais animada. O show tá maneiro. Eles tão
tocando pra caralho e percebem isso e o vocalista arrisca uns passinhos no palco. Dá pra ver na cara dos caras que tão gostando. Até faço um sinal de metal pro pianista, que sorri. Por alguns segundos acho que entendo Recife, que deve ser aquilo ali: um palco no canto de uma sala de um casarão antigo e um clima psicodélico e a sensação que as coisas estão realmente acontecendo e ao mesmo você duvidando um pouco daquilo tudo.

O show acaba. Parto pra procurar o povo e encontro a recifense da sala alta. A gente conversa e logo ali tá o Otto conversando com um pessoal e parece ser papo reto. A recifense me puxa pro lado dizendo "Isso é coisa deles. Deixa eles." A gente conversa, ela fala pra eu beber água e acho ela legal por isso e me ligam, minhas amigas tão indo embora, me despeço e parto. Chuva escrota pra caralho e tem duas meninas muito gatas na ladeira esperando o Otto, uma meio doida e outra falando que a chuva vai molhar o laptop do cara que era pra ele se apressar e ele chega. A doida diz, "Otto, to com vontade de tirar a roupa Otto. Otto, to com vontade de tirar a roupa" ela tá de sutiã preto debaixo da camisa branca molhada. Ela repete que quer tirar a roupa e não me aguento e digo "Tira então porra!" e o Otto aponta pra mim e grita "OLHA O CARA! OLHA O CARA!" Não sei se ele aponta pra mim porque to muito doido ou porque to atrapalhando ou sei lá, nem sei se inventei isso mas tenho essa imagem mental, mas fico sem graça pra caralho e acelero o passo.

Chego no Largo dos Guimarães e encontro a Ju e a Joana, que tão me esperando no ponto do bonde. Nessa hora já não to me entendendo. E acho que a noite vai terminar mas as duas me arrastam pra um lugar obscuro pra caralho. São algumas escadas, debaixo de uma cachoeira por causa da chuva, a iluminação amarelada e um pequeno jardim. E mais abaixo um barzinho. Irreal como tinha um barzinho ali e tinha gente nele. Peço cerveja e converso com o DJ, recomendo algumas músicas e pego o cartão dele. A Joana não se aguenta e senta, comendo pastel com esforço. Eu não me aguento e sento também. A Marcela tá conversando com dois viados, da banda Solange Tô Aberta, que teve o show divulgado no Rio Show do dia e digo isso pra eles "Eu li sobre vocês no Rio Show de hoje" e falam alguma coisa, a Marcela fala do Calbuque e sento.

Ali perto, tem um casa moderno sentado não fazendo nada e não entendo aquilo. Parece quase um quadro. A Ju diz que o cara é viado, mas acho que os dois são um casal, ela de preto e ele de terno e óculos de aro grosso, os dois lêem muito e estão se comunicando em níveis extra-sensoriais, sentados naquele banco. Na hora de ir embora ele saca a câmera e filma o ambiente. A noite encerra, o DJ arruma as paradas dele e a gente conversa e fico acariciando um gato que apareceu ali e acho que já sonhei com aquele gato debaixo da cadeira e penso que ando muito doido ultimamente e tenho que respirar fundo. Acho que a mulher do DJ tava me dando mole mas não tenho certeza.

Saímos todos, subimos as escadarias e me dou conta novamente que a gente tava num lugar obscuro pra caralho. A Joana parte pra casa e partimos todos pra casa da Ju, que a minha mochila tá lá. A Lia já tinha voltado antes e tava vendo um filme. A Ju vai dormir e a Marcela e a Lia começam do nada uma discussão tensa sobre timming de comédia. Não tô entendendo porra nenhuma daquilo. A Marcela vai dormir, pego as minhas coisas e vou embora pra casa.

o velho contador de histórias

Old Story Teller: And a Man sat alone, drenched deep in sadness. And all the animals drew near to him and said, "We do not like to see you so sad. Ask us for whatever you wish and you shall have it." The Man said, "I want to have good sight." The vulture replied, "You shall have mine." The Man said, "I want to be strong." The jaguar said, "You shall be strong like me." Then the Man said, "I long to know the secrets of the earth." The serpent replied, "I will show them to you." And so it went with all the animals. And when the Man had all the gifts that they could give, he left. Then the owl said to the other animals, "Now the Man knows much, he'll be able to do many things. Suddenly I am afraid." The deer said, "The Man has all that he needs. Now his sadness will stop." But the owl replied, "No. I saw a hole in the Man, deep like a hunger he will never fill. It is what makes him sad and what makes him want. He will go on taking and taking, until one day the World will say, 'I am no more and I have nothing left to give.'"