sábado, 20 de novembro de 2010

algumas coisas enquanto escrevo a monografia

Na pilha de livros que meu pai separou para a mudança achei o 'Understanding Media: the extensions of man' do Marshall McLuhan. O livro é perfeito pra minha monografia. Que sorte! Achei também o The Travels of Marco Polo, que deve ser muito foda. Dia desses li em um paper alguma coisa sobre as viagens dele e fiquei curioso pra ler sobre elas... agora acho o livro. Vou botar na caixa dos livros do meu quarto pra ler depois da mudança. O do Marco Polo é uma edição da Penguin (The Penguin Classics) e o do McLuhan é de uma editora americana chamada Signet Books e parece que custou 95 centavos. Meu pai deve ter comprado eles quando mais jovem. To lendo o A Construção da Notícia, do Miguel Alsina, que é bem bom. O livro é uma geral acadêmica sobre o que é a notícia e o trabalho jornalístico.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Pelé e Bobby Moore

[caption id="attachment_394" align="alignnone" width="360" caption="foto de John Varley"][/caption]

mais sobre a foto aqui.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

votar é uma novela

Chuvinha e eu achei que era rápido e não levei o guarda-chuva. Cheguei na seção e tava uma fila tremenda da porta pra fora, a máquina da 54 tava dando defeito.
- É essa a sua seção?
- Pior que não lembro, acho que é sim.

Só tinha levado a identidade mesmo, pela primeira vez. Os velhinhos começaram a entrar pra fugir da chuva e eu me abriguei debaixo do guarda-chuva de uma mulher. Apareceu uma senhora meio motoqueira atrás de mim e ficamos conversando.
- Sempre dá problema nessa seção eleitoral, quando era no Lestonnac não dava problema.
- Acho que é a primeira eleição que não faz sol forte.
- Pois é.

Aí chega um cara e a filha dele sem guarda-chuva tambem e começamos a conversar.
- Fila, chuva, e pra mudar nada né?
- Só pra Dilma ganhar em primeiro turno.
- Pois é.
- Podia ter pelo menos o segundo turno
- E é impressionante como não tem candidato bom pra senador no Rio
- Em São Paulo tem candidato a presidente se candidatando a prefeito e aqui, nada.
- Nem vão lá, nem frequentam...
- Já viram o site transparencia brasil? Lá eles falam tudo, quantas faltas tiveram, o que fizeram...
- Mas e tem punição pra quem falta? Não tem...
- É, em SP o Netinho é campeão de faltas e vai se eleger senador.
- Viu só?
- Mas pra deputado tem até uns que se salvam.
- É

Ninguém entra no mérito dos políticos do Rio, acho que pra não ter atrito.
- Impressionante como não tá tendo boca de urna, na última eleição isso aqui tava repleto de santinho.

Aí nisso a mulher cujo guarda-chuva tava abrigado entra no prédio e eu fico de fora, aí me abrigo debaixo do da motoqueira (ela tá com camisa preta de caveira, lobo, sei lá, e bandana...). Volta e meia vem a mesária orientar a fila.
- A seção 55 é só entrar, tá tudo normal, só fica na fila quem é da 54.

E os da 55 entrando e os velhinhos entrando. aí passa o seu Marcos, meu vizinho, ele entra direto. Os idosos ficam na lá dentro pra não terem de ficar na chuva... e tem idoso pra caramba.
- Tá tudo bem aí?
- Tudo, na paz de deus.

O pai com a filha ficam conversando, ele sugere ela se voluntariar como mesária, ela diz que não quer. aí ficam um tempo sem falar nada e a gente percebe que o "paz de deus" e um de trás tão falando de futebol."Esse aqui tá revoltado de estar atrás de um vascaíno", caçoa o "paz de deus" pra gente. "Ih, então vai ficar mais revoltado ainda, porque eu sou vascaíno tb", diz o pai. "E minha filha também é".
- Então são 3. Vai ficar mais revoltado ainda.

“Então são quatro, pq eu tambem sou", digo. Aí nego começa a brincar com ele e eu zoo:
- Atrás na fila e na tabela do brasileiro.
- Pois é, tá foda.

"Mas olha, vou te contar uma coisa", diz o pai:
- Eu trabalho pruma empresa ligada a futebol e dia desses fui numa reunião no flamengo é foi chato ver o descaso... a taça suja (acho que uma taça que o zico ganhou pro flamengo), sem cuidado, os membros do conselho todos bonachões... foi triste.
- É, isso que mata o futebol.

Começam falar do morumbi e eu entro. A mesária fica andando de um lado pro outro. Cada hora é solicitada por alguem. Um cara lá demora horas pra votar e quando é a hora da mulher na minha frente votar, aparece uma velhinha passando mal...
- Deixa ela passar na frente?
- Claro, sem problemas

Aí aparece uma mulher com um bebê recém-nascido. Ele tava encoberto em uma manta. É uma gracinha. Ela também passa na frente da mulher que ia votar. Um cara que tava coordenando a fila dá a dica:
- Gente, todo mundo tem a cola? Pq um colega de vocês esqueceu o número de um candidato e quis começar o processo tudo de novo. A máquina já não tá boa e quando começou o processo demorou mais ainda
- Pq não anulou? Ou votou na legenda?
- Ele queria votar no candidato que ele escolheu.

“Se ele queria tanto votar no candidato que escolheu pq não fez a cola", reclamou um lá. Nisso uma velhinha que tava sentada vai reclamar com a mesária, acha que tão pulando na frente dela. Ela então volta pra fila na chuva pq não quer mais ficar junto com outros prioritário. Saí a mulher na minha frente vai votar e eu vou ver afinal se minha seção é mesmo a 54.
- Seu nome não tá aqui não.
- Ih, então é a 55 mesmo

Aí vou lá e em três tempos eu voto.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Divagações sobre os gibis da Marvel e DC de hoje em dia

Os gibis da Marvel e da DC hoje em dia são recortes dos mesmos personagens fazendo as mesmas coisas com as mesmas pessoas. Variam apenas a visão do roteirista, desenhista e do editor sobre ele. É como alguém disse uma vez: só existe duas histórias de amor no mundo (Romeu & Julieta e mais uma outra que não lembro qual é). Todas as outras histórias que vieram depois seriam versões dessa mesma história. Assim nós temos “X-Men por Warren Ellis / Grant Morrison / Josh Whedon” e não mais "Os X-Men". Isso sempre rolou na verdade, mas acho que não tinha tanta força quanto hoje em dia. Lembro quando havia "os Vingadores/Quarteto Fantástico de John Byrne".

Só que na época eu encarava como evolução, cada autor levava a história um pouco adiante e havia mudanças nos personagens. Acho que isso ainda rola, mas ando meio de saco cheio, pra falar a verdade. Parece uma "johnbyrneização" da Marvel e DC. Parece que o esquema se tornou mais profissional, que pegaram uma fórmula que tava dando certo e levaram adiante. Já lançam pensando nos "trade paperbacks" daquela série.

A pergunta que fica é "quantas vezes as mesmas histórias dos mesmos personagens pode ser contada sem que o leitor encha o saco?". Mas isso talvez seja feita só pelo leitor veterano, já que as constantes reformulações podem ser uma forma de atrair novos leitores ou conquistar a leitura de quem acabou de começar a ler gibi.

Eu nem sou contra histórias malucas nas cronografias oficiais dos gibis, tipo Frankencastle (quando o Justiceiro morreu e foi ressucitado como um Frankenstein) porque comecei a ler gibis da Marvel na época da saga Inferno.  Era um gibi do Homem-Aranha. Aí é aquela mistura entre "homem que ganhou poderes por causa de uma picada de uma aranha radioativa" com misticismo. Então pra mim tá valendo tudo em gibi, ou quase tudo.

Eu lia gibis desenhados pelo Rob Liefeld e me amarrava. Tinha uma história dele, com o Wolverine lutando contra o Selvagem que era bem bacana. Eu curtia os desenhos dele (mas também não me ligava tanto em anatomia). Curtia as hachuras e todo mundo puto o tempo todo. Pirava nos desenhos do Jim Lee (até fui numa convenção de quadrinhos no Sesc da Tijuca que ele veio, apertei a mão dele e tudo... fiquei com a mão tremendo depois hehe) e só dia desses fui reparar como ele desenhava perna mal. Nunca fui de reparar em anatomia. Curtia o Cable a a história dele e nunca entendi a raiva que certos leitores de quadrinhos tinham dele. Consideravam ele como o símbolo do que tinha pior nos anos 90, junto com o Venon e com o Carnificina. Eu curtia o Venon também. Tinha gente que achava ele um personagem forçado mas porra, todos os personagens de gibis são forçados.

Aí parei de ler gibi por uma época (lá pela Era do Apocalipse). Fiquei nos RPGs, mas sempre procurava me manter informado sobre o que andava rolando. Lia os sites especializados como o Omelete e o UniversoHQ.

O UniversoHQ sempre foi das antigas. Sobre o Omelete, eu me lembro quando ele tava começando. Eu era de uma lista de discussão por e-mail (Falkenbras, sobre Castelo Falkenstein) quando um dos "criadores" chamou um cara lá pra escrever sobre quadrinhos pra fortalecer o Omelete. Nem sei se ele aceitou. Acho bacana ver o Omelete do jeito que tá hoje, com OmeleteTV e bonitão, cheio de colunistas. Mas talvez tenha ficado bem grande, antes eu lia sobre música lá, como a Poison On The Rocks que fui ler dia desses e nem curti tanto assim...

O Mendigo e o Abestado

Tava lendo um livro de yoga, como volta e meia faço (pra ver se aprendo -  mas as vezes parece aquelas brincadeiras de criança, de encaixe, que o quadrado vai no quadrado, só que tento colocar o círculo no retangulo e nada funciona) e em vez de ler o nome certo do capítulo (O Mendigo e o Abastado, que fala como os pobres de espírito são os verdadeiros miseráveis), li o Mendigo e o Abestado, acho que por influência do Tiririca.

Essas eleições foram fodas. Tá rolando pra presidente ainda, mas o grosso dela já acabou. Cobri parte da campanha pelo jornal (to trabalhando no Destak) e vi que nego tá pouco se fodendo pro povo em período eleitoral mesmo. O lixo de propaganda eleitoral passou o lixo recolhido no domingo de carnaval. A campanha do Cabral foi mais milionária que dois dos principais candidatos a presidente. Candidatos deixavam os galhardetes nas ruas depois das 22h, o que é proibido. Propaganda irregular a rodo. Rodrigo Bethlem, cujo mote era "choque de ordem" era um dos campeões em propaganda irregular e foi eleito.

E pode isso, Bino?

Poder não pode, mas tão pouco se fodendo. Quando liguei pra campanha do Bethlem pra perguntar sobre o porque de tanta publicidade ilegal, me vieram com um "só porque ele foi secretário do choque de ordem? O Pedro Paulo tem placa a rodo por toda a cidade". O Pedro Paulo TEM (ou tinha) placa a rodo por toda a cidade - ele tava mais onipresente na campanha do que quando tava na Casa Civil da prefeitura - mas era ÓBVIO que o Bethlem não podia ter placa irregular (ou ser um dos campeões do TRE-RJ no número de placas irregulares). Seria a mesma coisa se a Marina cagasse pro meio ambiente ou o Lula sobretaxasse os pobres. Mas o Bethlem tá lá, eleito.

Tinha o Itagiba também, cujo slogan era "Vote contra ladrão / Vote contra corrupto", mas ele tinha problemas com a receita federal. Um cara desses tinha que ser idôneo. Ele ainda não foi eleito, mas dependendo do julgamento de casos ficha-suja, o quociente eleitoral pode mudar e ele acabar eleito. Amigos meus disseram que iam votar nele porque ele mata ladrão... meio idiota isso. Fora que ele deixava propaganda na rua depois das 22h, dentre outras coisas (mas essa última denúncia não conta, porque os políticos logo a descaracterizam por ela estar ligada a "cabos eleitorais" de outro candidatos).

Sabem o que acontece com a propaganda eleitoral irregular recolhida? Vai para o depósito do TRE e depois é reciclada. O dinheiro recolhido com a reciclagem então é distribuido entre os partidos políticos. Bacana né? O Rio gasta dinheiro limpando a cidade e o dinheiro volta pros próprios caras que poluiram ela. E vem os partidos dizendo que querem o melhor pra cidade... se fosse isso proibia que o dinheiro voltasse pros partidos. Começavam por isso.

A família Picciani foi campeã de propagandas irregulares. Dos candidatos a governador, o Cabral foi o campeão no Rio (óbvio). O caminho para a região serrana tava REPLETO de propagandas do governador por todos os cantos. Acho que nego votou nele sem saber que tinha outro candidato. A campanha do Gabeira apontou algumas irregularidades na campanha e Cabral lavou as mãos.

O que eu achei foda foi por o Cabral ter se elegido em primeiro turno, ele acha que o governo dele tá indo nos conformes e vai dar continuidade em políticas que ganham votos mas não são tão excelentes quanto ele anda vendendo, como as UPPs e as UPAs. Eu curto algumas coisas no governo dele, como a reestruturação financeira do Estado que permite o Rio voltar a fazer investimentos em algumas áreas ou a reestruturação da Cedae e de outros órgãos estatais, como o Detran. Mas acho as UPPs e as UPAs um arcabouço político que tem que ser só temporário, não permanente como ele tá pregando. Que a polícia vá lá, expulse ou dome o tráfico, que se coloque políticas sociais ali pra nego evitar de ir pro crime e depois migre pra outra comunidade e faça a mesma coisa.

Na real eu não sei se o Rio está se tornando um Estado policial ou se essa formação desse bando de agente para compor as UPPs só tá agindo para repor as forças que tavam em falta. Mas sei que essa pressa na formação de agente tá equivocada, porque o que se vê por aí são agentes  completamente despreparados para as ruas. Fora que anda rolando os arrastões na Zona Sul e a Baixada virando (mais ainda) terra de ninguém. Aqui perto de casa voltou a ter assalto de bicicleta, em que fica um carinha circulando de bicicleta arrancando os cordões do pescoço das senhoras. E olha que tem UPP aqui do lado. Fora que o salário dos PMs continua uma porcaria, fazendo eles procurarem bicos por aí.

Cabral não pode encarar essa reeleição no primeiro turno como um cheque em branco da sociedade. UPPs e UPAs são um arcabouço político foda de se manter (talvez necessários, pois como o próprio governador disse, nenhuma política social se mantem se não houver segurança). Fora o custo financeiro, como o Bilhete Único, que o Estado banca a metade do que é gasto. Como vai rolar fiscalização de que as empresas de ônibus não tão roubando parte dessa grana? Vai ter? Esses gastos vão estar abertos? Vai ser tudo transparente?

Eu tinha mais coisa pra falar (como a REFORMA do Maracanã vai custar mais que a CONSTRUÇÃO do estádio do Corinthians?) mas se eu continuar vou ficar o dia inteiro... mas não preciso continuar o dia inteiro, eu continuo em outro post, outro dia.

sábado, 18 de setembro de 2010

cookies

Ana Pascal: [Hurt and annoyed that Harold refuses to just take the cookies and has offered to buy them] Go home Harold.
Harold Crick: Okay.
[starts for the door and realizes he's dissappointed her]
Harold Crick: Did- You made those cookies for me, didn't you.
[She looks at him sadly]
Harold Crick: You were just trying to be nice, and I blew it.
[reaches into his briefcase and retrieves the little black book where he's tracking his comedy vs tragedy tallies, and there are a lot of marks under tragedy. Sadly]
Harold Crick: This may sound like gibberish to you, but I think I'm in a tragedy.

OST Chicones



http://www.mediafire.com/?k6v1m55w632tru3

Depois de umas quatro versões e um bando de dúvida, taí minha OST. Acho que ficou boa, um bom resumo do que vivi e o que algumas músicas significam pra mim até agora... Segue as explicações, gas style:

1. Almir Rogério - Fuscão Preto (3:03)
Quando eu era moleque eu me amarrava nessa música. Acho que foi a primeira que eu curti, naquele LP pequeno que só tinha essa e a lado B dela. Já morava no Rio, no mesmo prédio que moro até hoje, mas no oitavo andar. Eu botava esse disco e ouvia várias vezes. Ela quase não entrou, mas aí quando lembrei dela tive que upar a coletanea de novo.

2. louis armstrong vs radiohead - what a wonderful surprise (3:15)
Também me amarrava em What a Wonderful World, com o Louis Armstrong. Nunca tive o LP dela, mas prestava muita atenção quando ouvia no rádio. Curto demais tb No Surprises do Radiohead, parava sempre pra ver o clipe na MTV. Acho que é um dos melhores clipes que tem por aí e a música é demais. Aí aproveitei e botei os dois misturados, pq ficou bacana...

3. Righteous Brothers - Unchained Melody (3:38)
Minha mãe ama essa música. Quando passou Ghost na TV ela vivia cantando pela casa e hoje em dia canta tb quando toca no rádio. É uma puta música mesmo e ninguém hoje em dia mais tem capacidade de fazer algo nesse nível. Me lembro sempre da minha mãe quando ouço. "Ooooh myyy looove, my darling... I'm hunger for your love..."

4. Cartola - Alvorada (2:42)
Meu pai acordava cedo quando moleque na roça pra ir debaixo da cachoeira e por isso ganhou o apelido de Alvorada. Acho essa uma baita história foda. Eu também acordava cedo pacas quando criança e ligava a televisão pra ouvir música (no SBT, naquela tela de cores listradas tocava várias músicas). Como ele curte um samba, associo essa música com ele.

5. Jane's Addiction - Been Caught Stealing (3:32)
Era a época da MTV, daqueles clipes fodas tipo Give It Away, ainda quando passava no UHF, nem VHS era. Depois foi pro canal 13 acho. Era a época da MTV foda, com Beavis and Butt Head e aqueles vídeos nonsense entre os programas. Aquele homem vestido de mulher dançando entre corredores de supermercado era demais.

6. Beth Carvalho - Andança (3:54)
Meus primos sempre tocavam essa música nos almoços de sábado no Tio Marcílio ali no Humaitá. Tocavam outras também, mas essa é a única que me lembro direito. Quando não rolava almoço a gente ia pra praia, na Barra, pq não curtia a Zona Sul. Na praia da Barra a calçada dava direto na areia e tinha a placa "Bem Vindo Você está na Barra", e na Zona Sul, tinha que descer umas escadas da calçada até a areia...

7. Joe Cocker - With a Little Help from My Friends (5:01)
Porque i get by with a little help from my friends

8. Raimundos - Selim Acústico (4:11)
Meu primo que me mostrou essa música em fita k7. Ela é um dos inícios de toda alopração e diversão musical dos anos 90...

9. Guns N' Roses - Sweet Child O' Mine (5:55)
No América, aqui perto de casa, antes de começar a natação, sempre tocava essa música na Rádio Cidade. Eu ficava sentado esperando a aula começar e ouvindo ela. É tipo Raimundos na alopração e diversão... + riffs

10. Alanis Morissette - Ironic (3:49)
Alanis me lembra da primeira garota que se interessou por mim. Ela curtia Alanis. Acabou que não deu muito certo mas até hoje somos amigos. Essa é a melhor música dela... suave, e vai pro esporro.

11. Caetano - Alegria, alegria (2:50)
Época do colégio, na oitava séria era fissurado numa Best Of do Caetano. Eu vou, por que não, por que não... Fiz uns amigos que trago até hoje.

12. acústicos e valvulados - Até a hora de parar (3:23)
Pelo primeiro ano do segundo grau. MTV ainda passando clipes + napster e outros programas pra baixar música. É uma música bem escrota insolente. Começo da época Loud tb...

13. Los Hermanos - Anna Júlia (3:28)
É sobre outra garota. Podia ser "Apenas mais uma de amor", do Lulu Santos tb. Eu sofria demais por amor hehe Ela tinha namorado e eu desisti. O namorado era escroto e ela acabou se divorciando dele um ano depois que se casaram. É uma baita música.

14. Nando Reis - Por Onde Andei (4:11)
Outra garota. Foi um namoro a distancia que nao deu certo. Essa música diz coisa pra caralho. É toda aquela excitação de um casal que se gosta e se encontra.

15. Radiohead - The National Anthem (5:47)
Loud e Bunker, os únicos lugares que eu conseguia pegar mulher. Nem sempre, claro. Essa é uma das minhas favoritas dele.

16. AC/DC - Money Talks (4:19)
Foi a música que ganhei o campeonato de Air Guitar, na Loud (a segunda foto em anexo é nela, tem o João Pequeno apontando e dois amigos meus). Na primeira vez tirei quarto lugar mas eu tava muito ruim pra ir pegar o premio. Deixei de sair com uma garota mto gatinha pra tentar o campeonato e ela acabou arranjando um namorado logo depois. Na terceira vez, me chamaram pra ser jurado mas quis competir. Uma menina que conhecia os jurados me disse que eu só não ganhei pq queriam dar o campeonato pra outra pessoa, dizem.

17. The Animals - House of the Rising Sun (4:31)
Ainda bem que o Fred não usou ela. Fui pros EUA trabalhar e conheci uma galera mto doida. Um deles queria dar um nome pra nossa casa, pq ela tinha que ter um nome e sugeriu House of the Rising Sun por causa da música. Eu tava lendo um gibi chamando Invisiveis, que tem uma entidade chamada Barbelith, que parecia um Sol Nascendo. Aí concordei na hora.

18. The Verve - Bittersweet Symphony (5:56)
Numa outra casa que morei lá fora fiz um amigo foda. Trabalho trabalho e um pouco de diversão bem boa.

19. Tim Maia - Sossego (3:41)
Quando voltei da gringa eu não queria nada com nada. E Tim Maia é demais....

20. Raul Seixas - SOS (3:09)
O Raul é o meu moço do disco voador. Ele dizia que fez essa música depois que viu um disco voador, mas era mentira. A Kika Seixas contou a história verdadeira dela dia desses. O Paulo Coelho escreveu um artigo numa revista sobre discos voadores e o Raul achou do caralho. Aí convidou ele pra jantar na casa dele, pra conversarem. O Raul ficou calado o jantar inteiro e a Kika desenrolando com ele. Na hora que o jantar acabou, o Paulo Coelho indo embora sem entender nada, aí o Raul pede pra ele esperar, pega o violão e toca essa música pra ele. Aí começou a parceria que formou Gitã e várias outras musicaças dele.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Mais links

Ando lendo muitos blogs de jornais, como o Freakonomics, daquele livro (com um post bem bacana que considera como seria se as pessoas pagassem pelo uso da praia), o Economix, da economia do dia-a-dia (com um post bacana sobre quanto custa morrer em NY), o Metro, sobre a cidade de Nova Iorque (curti esse texto sobre um prefeito das antigas), todos do New York Times. Tem os da Wired, os do Washington City Paper (o City Desk, sobre D.C., e o Housing Complex, sobre o lado imobiliário da cidade), e os da The Economist (como o Democracy in America). Do Guardian leio o Datablog, sobre estatísticas

Das publicações brasileiras, eu curto o Rio Antigo e o de Quadrinhos, do Jornal do Brasil. Da Revista Época, curto O Filtro, com as 10 notícias mais importantes das edições dos jornais do dia, o Faz Caber, com infográficos.

Tem o Twitter Media, que se propõe a ajudar os jornalistas usar o twitter no jornalismo, assim como esse The Journalist Guide to Twitter, do Mashable (que ainda fez o The Journalist Guide to Facebook).

As vezes confiro também o Filme B, com notícias de cinema, e já tentei emprego no Portos e Navios, revista sobre o setor portuário brasileiro. O Jornal do Turismo eu achei certo dia no Catete, quando tentei ir num centro budista, sem sucesso. Ninguem atendeu o interfone e acabei caindo num sebo ao lado. Pra quem já trabalhou com economia o Portal Exame é essencial, assim como o Jornal do Commercio, o site do Valor Econômico, o IG Economia e a parte de economia do Estadão.

Outros sites que vejo é a Agência Rio, dum conhecido do meu pai, o MTV na Rua, do jornal gratuito bacaninha da emissora paulista, a da Revista Offline, que fiquei surpreso por ter um site, o do Sidney Rezende, (com um pequeno vídeo bacaninha sobre presidiários vendo o jogo do Brasil na Copa do Mundo). Depois coloco mais...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Let me tell you something you already know

Rocky Balboa: Let me tell you something you already know. The world ain't all sunshine and rainbows. It is a very mean and nasty place and it will beat you to your knees and keep you there permanently if you let it. You, me, or nobody is gonna hit as hard as life. But it ain't how hard you hit; it's about how hard you can get hit, and keep moving forward. How much you can take, and keep moving forward. That's how winning is done. Now, if you know what you're worth, then go out and get what you're worth. But you gotta be willing to take the hit, and not pointing fingers saying you ain't where you are because of him, or her, or anybody. Cowards do that and that ain't you. You're better than that!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As namoradas de Raul Seixas



O IG, com base nos diários de um Raul adolescente e cheio de sonhos, produziu um vídeo para contar as histórias de suas primeiras namoradas, escritas pelo próprio Raul Seixas e narradas por Sylvio Passos.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Alguns links

To esvaziando aqui meu os meus favoritos, pra ficar algo mais administrável. Aproveito e divulgo eles caso alguém leia esse blog (acho que ninguém lê). O primeiro é o Managing the day job, para quem quer trabalhar e levar uma "vida nas artes" paralela. Depois é o 99 percent, cuja proposta é ajudar a desempacar aquele seu projeto (mas não usei nenhuma das propostas do site, to recomendando porque a Lia indicou). Depois vem o BookletCreator, que faz um livro a partir de um arquivo em PDF, bastando então só imprimir e encadernar. Você então pode passar a vendê-lo pelo CreateSpace da Amazon.com. Já vi alguns gibis pra vender ali e parece ser uma ferramenta bem bacana.

Para os religiosos, curiosos e espiritualizados tem esse site com um arquivo de áudio que não consegui baixar, que orienta na meditação. Tem um texto budista que conta sobre os quatro pensamentos que transformam a mente (o nascimento humano precioso, a impermanência, o karma, o oceano de sofrimento). Tem o DIYDharma com vários tutoriais sobre como meditar, entrevistas e textos sobre religião. Tem também a série The Elegant Universe que fala da Teoria das Supercordas e esse vídeo sobre motivação pura.

terça-feira, 8 de junho de 2010

A formação musical de Cartola (segunda parte)

*continuação daquele outro post

Ao se recuperar, ele voltou a exercer a profissão de pedreiro, que começara a praticar quando tinha 15 anos. Nas horas de folga trabalhava como compositor e violonista nos bares locais, ao lado do amigo Carlos Cachaça e Gradim. Pelo livro, as horas vagas eram muitas, pois Cartola largava tudo “para ir ficar na esquina, tomando umas e outras, tocando um violão ou fazendo um samba”. Nessa época, ele e os amigos se juntaram no Bloco dos Arengueiros para sair por aí e arranjar confusão, brigar mesmo, para competir com os blocos de outros morros.

Depois de certo tempo, cansado de toda aquela bagunça, Cartola fez o samba “Chega de Demanda” para juntar todos os blocos da Mangueira e dar um tempo nas confusões. Ele viu que era melhor fazer música que briga e se reuniu com os amigos, no dia 28 de abril de 1928, e fundou a Estação Primeira de Mangueira. O nome Estação Primeira foi porque a Mangueira era o primeiro morro depois da Central do Brasil que tinha samba. As escolas de samba foram fundamentais para a divulgação desse ritmo (cuja origem ainda é incerta, pois uns dizem que é carioca e outros, baiano) em todo o Brasil.

Nessa época o samba era cantado no fundo da casas, porque era tido como coisa de marginal, de malandro, e mesmo assim a polícia aparecia sempre aparecia para estragar a festa. Pouco tempo depois foi organizado concurso de samba com a Portela e a Estácio, que também tinham as suas agremiações de música. O samba logo ganhou a cidade e os músicos passaram a descer o morro para mostrar suas composições.

Cartola, orgulhoso, não descia. Se estavam interessados em suas músicas, que subissem o morro, dizia. Mário Reis então subiu e comprou Infeliz Sorte, que foi gravada não por ele, mas Francisco Alves, um dos maiores cantores populares brasileiros (famoso com Aquarela do Brasil). Depois disso, ele passou a vender mais músicas (Não faz amor, Tenho um novo amor, Divina Dama, Diz que foi o mal que fiz – todos em parceria com Francisco Alves), com a condição que fosse creditado como o compositor delas.
"Comecei a ficar conhecido lá embaixo, comecei a fazer negócio. Comigo e o Chico (Alves) sempre deu tudo certo. A confusão foi com Na Floresta, mas foi lá entre o Chico e o Sílvio Caldas. O Bucy Moreira tinha um samba que o Chico gostava da letra, mas não gostava da música. E a música do meu samba Na floresta encaixava direitinho na letra do Bucy, que se chamava Foi em sonho. Em cima dessa letra o Chico botou a música do meu Na Floresta. Aí minha letra ficou jogada fora. O Sílvio Caldas conhecia a letra e, um dia, resolveu botar uma música. E gravou. O Chico saltou, quis interditar o disco, coisa e tal. Mas o Sílvio convenceu o Chico de que ele só tinha comprado a melodia: 'Você deixou a letra de lado e o Cartola precisa ganhar dinheiro1'. Aí o Chico resolveu deixar pra lá".

O músico logo se tornou aproximou de Noel Rosa por causa de uma treta com José Gonçalves (ou Zé Com Fome) sobre a música Não Quero Mais. Em 1932, ele passou a dar uma canja no grupo Com que Roupa, criado por alguns sambistas em homenagem ao poeta da Vila. Ele tocava cavaquinho,  fazia o acompanhamento das músicas e era tido como um bom solista. Nessa época começaram a surgir várias escolas de samba, tanto em que em 1934 foi fundada a União Geral das Escolas de Samba (UGES). Para sobreviver, Cartola trabalhava com qualquer função que aparecia. Era pedreiro, peixeiro, sorveteiro e teve diversas outras profissões. Encarava qualquer expediente para ganhar dinheiro.

O ano de 1933 foi aquele que teve a gravação do primeiro sucesso de Cartola: Divina Dama, por Francisco Alves, na etiqueta Odeon. No mesmo ano Angenor formou com o compositor Wilson Batista e Oliveira da Cuíca (o primeiro cuiqueiro da era do rádio) um trio vocal-instrumental que chegou a excursionar a Barra do Piraí mas se desfez logos depois.

Angenor estava sempre estudando o violão, aprimorando a sua técnica. Seu parceiro, Carlos Cachaça, era um grande letrista e orador oficial da escola. Os dois juntos se complementavam, mas Cartola viu que precisava melhorar as suas letras e passou a estudar poesia. Leu Castro Alves, Gonçalves Dias, Olavo Bilac, Guerra Junqueiro (seu preferido, segundo a autora) e algumas coisas de Camões até se dar por satisfeito. Carlos Cachaça contava que Cartola era chato para parcerias musicais. Fora ele, Angenor só foi ter outros parceiros no fim da vida. “A gente compunha assim: a letra vinha com uma música. Um fazia e o outro aperfeiçoava. Era recíproco”, disse certa vez.

Em 1935, o samba passou a fazer oficialmente parte do Carnaval carioca, por decreto do então prefeito Pedro Ernesto Batista. De certa forma, esse foi o primeiro reconhecimento oficial do trabalho feito por Cartola e de outros sambistas. Sua vida no entanto não mudou. O músico continuou compondo e vivendo na penúria. Ele, que era mestre de harmonia da Mangueira e compunha para a escola de samba, chegou a penhorar as medalhas que ganhou em um concurso de samba para se manter.

* continua em um terceiro post

terça-feira, 4 de maio de 2010

mulheres de chico há um tempão atrás

Domingo último fui no Mulheres de Chico, tipo um bloco de carnaval que refaz as músicas do Chico Buarque em forma de axé e outros ritmos negros de uma forma lindaça. Dançante mesmo, de arriscar um passinho e mexer o corpo pra quem não é de arriscar passinhos e mexer o corpo.

Vou lá eu e uma amiga minha, Ju, e a amiga dela que aos poucos vai ficando minha também, Joana. A Ju tem o melhor sorriso do mundo, que me fez apaixonar e ficar atrás dela por uns anos, 2, acho, até contar numa noite na Lapa que era lésbica e me levar as lágrimas "não, to pensando em outra coisa" disse quando quis me confortar. Hahaha, caralho, talvez até estivesse. Engraçado que continuamos saindo juntos mas só de uns meses pra cá que realmente começamos a ficar amigos mesmo. Rola isso não é? Umas saídas por comodidade, por sair pros mesmos lugares e a gente nem conhece as pessoas direito. Conhecer e não conhecer. É um troço doido, tipo um carinho que vai se conquistando aos poucos, e vai se conquistando por toda a vida. Acho que até penso que quando tudo se for, vai sobrar eu e ela, mas torço com coração que apareça mais gente nessa equação.

Aí subi Santa, atrás dela, toquei o interfone, vi uma família subindo e uma menininha reclamando se demorava muito pra chegar em casa, porque não só de hippies e artistas vive Santa Teresa. Ela saiu de casa e nos abraçamos e fomos subindo, com ela falando do evento que é Santa de Portas Abertas, que, segundo ela, foi tucanado e virou só uma oportunidade de ganhar dinheiro. A Ju tem dessas, tem um lado meio indie e descobre umas coisas fodas que só ela consegue. Volta e meia ela surge com umas paradas fodas do nada, e tá completamente certa, é foda sim. Aí subimos e ela conta da noite anterior enquanto a gente espera a Joana, que tá sempre atrasada e bebemos a Itaipava de 1,50 da Van ali na frente. E ela pega mais mulher do que eu, porque geral pega mais mulher do que eu. Pra situar o ambiente imagina uma praça com bancos e mesas de pedra e uma galera bebendo, uns carros estacionados e duas pessoas, eu e ela bebendo e conversando sentados numa calçada esperando a noite começar. Ela conta a história dela, que não é de interesse de vocês, e a Joana chega, uma neguinha que não dá margem pra ninguém, esperta, que anda com a cabeça meio erguida (não totalmente pra não ser metida, mas não baixa pra ninguém) e um black responsa. Bonita, reparei nela direito pela primeira vez quando falou antes, num desses Cine-Cachaças da vida, "Sou negra mas sou limpa" (e foi nesse que acabei com o restante da cachaça dela, pro desespero da menina, porque é o que eu faço e realmente tenho que parar com essa vida).

Aí fomos lá e dançamos. Lugar lotado e não dá pra entender o que tão cantando, mas a gente dança, né? Porque do que a gente entende, dá pra dançar fácil. Encontramos Janaína, uma menina bonita, de olhos azuis, mas que tá sempre com pressa pra algum lugar, sempre com problema pra resolver, e que no dia anterior tinha me convidado pra ir na Feirinha de São Cristóvão mas teve que partir cedo por problemas não resolvidos (acho que homem). Tenho vontade de dizer pra ela se enlerdar uma pouco, acalmar, que pressa não leva a nada (mas talvez a certa seja ela, no final das contas). Peguei o Intermintências da Morte, do Saramago, com ela que e é mais do que disse que era "Um estudo da reação da sociedade quando a morte acaba". E as meninas apontam que ela tá sempre envolvida com esses homens meio, ahn, meio-homens, do tipo frouxo, acho, fico com vontade de apontar "eles a fazem rir" mas fico na minha.

Depois partimos e fomos atrás da boa e paramos na Fatinha, que tava rolando um samba e bebemos do lado de fora pra não pagar o couvert artístico e depois da primeira cerveja, que somada com o conhaque não-mencionado de antes, me faz mandar a real:
- A boa foi a gente ter ficado aqui.

E ficamos por ali, bebemos, e as coisas se animam. O samba que tá rolando no bar faz a gente dançar e tem duas meninas dançando ali longe, escondidas atrás de um carro e vou lá e puxo elas pra dançar perto.

(isso tava no meu e-mail faz um tempão, era pra eu continuar o texto mas agora não lembro mais da continuação dele... fica só isso então)

quarta-feira, 28 de abril de 2010

fogo no camelódromo da central do Brasil



passei hoje lá e tavam demolindo o lugar. cheiro de queimado danado... lá era terra de ninguém mesmo, mas tinha vários produtos do dia-a-dia úteis pacas (tipo benjamins e outras paradas para eletroeletronicos que não encontrei nem no walmart. outra banca tinha vários acessórios pra cozinhas). algumas lojas eram bem organizadas, e esse camelódromo tinha mais diversidade que o da uruguaiana, que tem zilhões de bancas com cds piratas. tinha uma loja que vendia negresco mais caro do que no walmart, e ainda não davam nota fiscal. era de uns africanos, não sei de onde, só sei porque um dos caras que vendiam era um negão alto pra caralho com sotaque forte e tatuagem do brasil no braço. deve ser um desses africanos que moram no subúrbio.

com sorte o fogo não pegou no posto de gasolina que fica ali do lado. também não pegou um imóvel que vende gelo (deve ter evaporado tudo). vão demolir um dos hotéis chumbregas que tem na região, porque ele ficou bem danificado. esse hotéis eram só prostíbulos mesmo, com aquelas mulheres magras, vestidas com roupas de tamanho infantil, que ficavam na porta esperando os clientes. devia cobrar R$ 5 por programa, sei lá... hoje vindo pra cá um cara fodido ria: "vão demolir o meu hotel, onde fico com as minhas meninas". uma mulher, talvez dona de uma das bancas que tavam demolindo, tava inconsolável perto ali perto. sempre penso em andar com a câmera porque tem umas figuras incríveis...

o paes quer ampliar o terminal rodoviário dali e fazer uma espécie de mercadão de madureira ali perto, só que não acho que tenha lugar não...

(mais fotos aqui)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

meditação tonglen

eis a meditação tonglen mencionada no post abaixo (retirada daqui):

Quando praticamos tonglen no momento em que nos deparamos com o sofrimento, apenas inspiramos e expiramos — inspiramos a dor, exalamos a amplidão a alívio. Quando praticamos tonglen como uma meditação formal, devemos seguir quatro passos:

1. Em primeiro lugar, descanse sua mente por alguns segundos em um estado de abertura ou quietude. Esse estágio é tradicionalmente chamado de lampejo do bodhichitta absoluto, ou de súbita abertura à amplidão e clareza fundamentais.

2. Em seguida, trabalhe com a textura. Inspire o calor, a escuridão e o peso — a sensação de claustrofobia — e expire serenidade, claridade e leveza — a sensação de frescor. Inspire profundamente, por todos os poros, e expire, irradie completamente, usando todos os poros de seu corpo. Faça isso até que essas sensações estejam sincronizadas com sua inspiração e expiração.

3. No passo seguinte, trabalhe uma situação pessoal — qualquer situação dolorosa que seja real para você. Tradicionalmente, começa-se praticando tonglen por alguém com quem nos preocupamos e que queremos ajudar. Entretanto, como já mencionei, quando seus próprios problemas o impedem de prosseguir, você pode realizar a prática pela dor que está sentindo e, simultaneamente, por todos aqueles que, como você, passam pelo mesmo tipo de sofrimento. Por exemplo, se está se sentindo incapaz, inspire essa sensação, por si mesmo e pelos outros que estão no mesmo barco, e exale confiança, sentimento de ser capaz ou de alívio, da forma que desejar.

4. Finalmente, torne esse processo mais abrangente. Se você está praticando tonglen por alguém que ama, estenda a prática a todos aqueles por quem nutre o mesmo sentimento. Se está praticando por alguém que viu na televisão ou na rua, faça o mesmo por todos os que estão em situação semelhante. Não se limite a uma única pessoa. Talvez já seja suficiente praticar por todos aqueles que, como você, estão dominados pela raiva, medo, ou por qualquer outro sentimento que também o aprisione. Entretanto, em todos esses casos, você pode ir além. Você pode praticar tonglen por aqueles que considera inimigos — aqueles que o ferem ou ferem alguém. Faça tonglen por eles, pense neles como dominados pela mesma confusão e impotência que vê em si mesmo e naqueles que ama. Inspire a dor deles, expire alívio.

Don't look back in anger

Then I moved to a maximum-security federal prison. For the first two years, I lived in a dormitory crowded with bunks and inmates. It was claustrophobic, filled with bodies and noise. I would sometimes do my practice late at night, when it was quietest, but I also discovered a walk-in trash closet. I would clean it up, set all the mops and brooms and trash barrels outside so somebody could get to them, and I would sit in the closet on a folding chair.

One practice that was of great help was tonglen [ the practice of taking on the suffering of others and sending them relief]. Prison is a world of anger, and I certainly had mine. I had a lot to be bitter about: Some close friends had turned me in; I felt that I had been intensely over-prosecuted. But I was committed not to go there. I did not want to end up an angry and bitter person. It was not who I wanted to be. I really worked on transforming all that and on cultivating an attitude of lovingkindness through tonglen practice.

por Fleet Maul, criador da Prison Dharma Network, nessa entrevista pra Tricycle. (pra saber mais, leia esse post aqui do Conector)

sábado, 20 de março de 2010

Dicas de site para quem tá começando no jornalismo

Nesse post vou apontar alguns sites que volta e meia visito pra tentar aprender alguma coisa sobre jornalismo. Tô falando do site Novo em Folha, do programa de treinamento da Folha de São Paulo e do Amanhã no Globo, dos estagiários do Globo. Tem também o Manual dos Focas, com dicas pra quem está começando, e Dicas de um Fuçador, com análises sobre o jornalismo atual. Curto muito o Economia do Norte Fluminense, que fala só da situação econômica do interior do Estado do Rio.

Às vezes leio também o blog do Guilherme Fiuza, do Noblat, do Nassif, do Tiago Dória e dos colunistas da Folha. Também leio o Tudo em Cima, que é de esquerda, o Óleo do Diabo, do meu primo, o Laudas Críticas, o Faz Caber, com várias dicas de infografia, o Filtro, com resumo das notícias do dia.

A medida que for lembrando, vou postando mais blogs.

sábado, 6 de março de 2010

falando sobre quadrinhos com scott mccloud



There are more diverse genres, more diverse creators, more gender-balanced (not as much as they should be, but we’re on our way), they’re more substantial in terms of literate content, they are more adventurous in terms of design, there’s more virtuosity in a variety of styles, there’s more exchange of ideas across national boundaries, there’s more personal work being promoted, there’s increased public perception for a variety of comics for a variety of different applications. Comics are being used for more things, read by more people, and have more of an essential importance to the culture, relevance to the culture, and effect on the culture than they ever have.” (link pro resto da entrevista)

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

toda gente

E como era farol, a conversa recaiu sobre faróis.
Eduardo interpelou-me de chofre sobre a idéia que eu deles fazia.
- A idéia de toda gente, ora essa!
- Quer dizer, uma idéia falsa. "Toda gente" é um monstro com orelhas d'asno e miolos de macaco, incapaz duma idéia sensata sore o que quer que seja. Tens na cabeça, respeito a farol, uma idéia de rua recebida do vulgo e nunca recunhada na matriz das impressões pessoais.

- trecho retirado do livro Urupês, do Monteiro Lobato

domingo, 31 de janeiro de 2010

Bate-papo UOL Com Monja Coen

Íntegra do Bate-papo UOL Com Monja Coen. Primeira mulher a ocupar a presidência da Federação das Seitas Budistas no Brasil, Monja Coen percorreu caminhos inexplorados e realizou profundas transformações em sua vida para atingir seus objetivos. Inspirada na trajetória dessa pioneira, a terapeuta Neusa C. Steiner conta no romance biográfico "Monja Coen – A Mulher nos Jardins de Buda" as histórias dessa mulher de 60 anos, forte, decidida a seguir seu caminho e a não se assustar, superando as posições frágeis e submissas. Assista ao Bate-papo UOL com Convidados e saiba mais sobre a vida e obra da missionária da tradição Soto Shu – Zen Budismo, com sede no Japão. Monja Coen comenta romance biográfico sobre sua vida e conta como descobriu o budismo.

domingo, 10 de janeiro de 2010

A formação musical de Cartola (ou Cartola: Ano um)

O sambista Cartola é considerado, com razão, como um dos grandes nomes da música popular brasileira. Muitos músicos, pesquisadores e entusiastas apontam a sua origem humilde e seu propalado semi-analfabetismo como forma de enaltecer sua obra musical. Outros estão contentes em dizer simplesmente que Cartola era um gênio. Dessa forma, acabam ignorando toda a trajetória de sua formação musical.

De acordo com o livro, “Cartola, dos Tempos Idos”, da pesquisadora Marília Trindade Barboza, Angenor de Oliveira, o Cartola, esteve em contato com a música e com o samba em suas várias formas desde criança, o que explicaria o talento do sambista.

“O micróbio do samba me foi injetado pelo velho (seu avô, Luís Cipriano Gomes). Eu era muito garoto quando saía com toda a família no Rancho dos Arrepiados. E com minha voz, que era boa, cheguei à ala do Satanás. Saímos eu, papai, que tocava cavaquinho profissionalmente no bando, minha mãe e meus irmãos”, disse Cartola, em 1977, ao jornalista Ronaldo Bôscoli, para a revista Manchete.

Ranchos eram parte da tradição carnavalesca do início do século XX. Essas agremiações eram cortejos descendentes das Folias de Reis, e foram bastante influenciados por festividades negras, como os Cucumbis e Congos, e por tradições musicais populares portuguesas. Nos ranchos, tocavam-se instrumentos de sopro e corda, não havendo instrumentos de percussão.

Foi nessa época, que Cartola começou sozinho a aprender a tocar cavaquinho. Ele aproveitava os momentos que seu pai, Sebastião, saia pra ficar mexendo no instrumento, procurando repetir o que ele e os instrumentistas do Rancho dos Arrepiados faziam.

Quando o avô de Cartola morreu, sua vida mudou radicalmente. Luís Cipriano Gomes era cozinheiro de Nilo Peçanha, o ex-presidente do Brasil, e quem praticamente sustentava a família. Com a morte do patriarca, tiveram todos que se mudar do conforto de Laranjeiras para o morro da Mangueira, que, segundo Cartola, “não devia ter mais de 50 barracos na época”.

No morro, o carpinteiro Sebastião fez Cartola começar a trabalhar, para ajudar com as despesas em casa. Este, arredio que era, não durava muito nos empregos e aproveitava esses períodos de folga para freqüentar as “bocas” da Mangueira, que eram casas onde se faziam as batucadas (danças e jongos para cultuar deuses afro-brasileiros).

Cartola deu o seguinte depoimento para O Globo, em 1972: “Samba duro e batucada é a mesma coisa. A gente fazia isso a qualquer hora, em qualquer dia. Juntavam umas vinte pessoas – homens e mulheres – e a gente começava a cantar. Apenas uma linha ou duas do coro e os versos improvisados. Isso é que é partido alto. Os únicos instrumentos eram o pandeiro, o violão e o prato e a faca (prato de comer e faca de cortar carne; a faca raspa o prato) e no coro as mulheres batiam palmas. Aí um – o que versava – ficava no meio da roda e tirava um outro qualquer. Aí dançando e gingando, mandava a perna. O outro que se virasse para não cair”.

Quando Cartola tinha 18 anos sua mãe, Dona Aída, morreu. Sendo ela que acalmava os ânimos de Sebastião em relação ao filho, o malandro logo foi expulso de casa pelo pai. Quando voltou para casa, Cartola descobriu que o pai havia abandonado a Mangueira, deixando um recado ao filho: “Vou-me embora deste morro, mas deixo aqui um Oliveira para fazer vergonha”.

O sambista então arranjou um barraco próprio e caiu na vida. Depois de alguns meses freqüentando a zona do meretrício, sem se alimentar direito, Cartola logo ficou doente. Dona Deolinda, vizinha de barraco, passou a cuidar dele, quase como uma mãe. Passado pouco tempo, ela se afeiçoou tanto a ele que abandonou o marido pra viver com Cartola.

Ao se recuperar, ele voltou a exercer a profissão de pedreiro, que começara a praticar quando tinha 15 anos. Nas horas de folga trabalhava como compositor e violonista nos bares locais, ao lado do amigo Carlos Cachaça e Gradim.

* continua num próximo post.