quarta-feira, 28 de abril de 2010

fogo no camelódromo da central do Brasil



passei hoje lá e tavam demolindo o lugar. cheiro de queimado danado... lá era terra de ninguém mesmo, mas tinha vários produtos do dia-a-dia úteis pacas (tipo benjamins e outras paradas para eletroeletronicos que não encontrei nem no walmart. outra banca tinha vários acessórios pra cozinhas). algumas lojas eram bem organizadas, e esse camelódromo tinha mais diversidade que o da uruguaiana, que tem zilhões de bancas com cds piratas. tinha uma loja que vendia negresco mais caro do que no walmart, e ainda não davam nota fiscal. era de uns africanos, não sei de onde, só sei porque um dos caras que vendiam era um negão alto pra caralho com sotaque forte e tatuagem do brasil no braço. deve ser um desses africanos que moram no subúrbio.

com sorte o fogo não pegou no posto de gasolina que fica ali do lado. também não pegou um imóvel que vende gelo (deve ter evaporado tudo). vão demolir um dos hotéis chumbregas que tem na região, porque ele ficou bem danificado. esse hotéis eram só prostíbulos mesmo, com aquelas mulheres magras, vestidas com roupas de tamanho infantil, que ficavam na porta esperando os clientes. devia cobrar R$ 5 por programa, sei lá... hoje vindo pra cá um cara fodido ria: "vão demolir o meu hotel, onde fico com as minhas meninas". uma mulher, talvez dona de uma das bancas que tavam demolindo, tava inconsolável perto ali perto. sempre penso em andar com a câmera porque tem umas figuras incríveis...

o paes quer ampliar o terminal rodoviário dali e fazer uma espécie de mercadão de madureira ali perto, só que não acho que tenha lugar não...

(mais fotos aqui)

quarta-feira, 14 de abril de 2010

domingo, 11 de abril de 2010

meditação tonglen

eis a meditação tonglen mencionada no post abaixo (retirada daqui):

Quando praticamos tonglen no momento em que nos deparamos com o sofrimento, apenas inspiramos e expiramos — inspiramos a dor, exalamos a amplidão a alívio. Quando praticamos tonglen como uma meditação formal, devemos seguir quatro passos:

1. Em primeiro lugar, descanse sua mente por alguns segundos em um estado de abertura ou quietude. Esse estágio é tradicionalmente chamado de lampejo do bodhichitta absoluto, ou de súbita abertura à amplidão e clareza fundamentais.

2. Em seguida, trabalhe com a textura. Inspire o calor, a escuridão e o peso — a sensação de claustrofobia — e expire serenidade, claridade e leveza — a sensação de frescor. Inspire profundamente, por todos os poros, e expire, irradie completamente, usando todos os poros de seu corpo. Faça isso até que essas sensações estejam sincronizadas com sua inspiração e expiração.

3. No passo seguinte, trabalhe uma situação pessoal — qualquer situação dolorosa que seja real para você. Tradicionalmente, começa-se praticando tonglen por alguém com quem nos preocupamos e que queremos ajudar. Entretanto, como já mencionei, quando seus próprios problemas o impedem de prosseguir, você pode realizar a prática pela dor que está sentindo e, simultaneamente, por todos aqueles que, como você, passam pelo mesmo tipo de sofrimento. Por exemplo, se está se sentindo incapaz, inspire essa sensação, por si mesmo e pelos outros que estão no mesmo barco, e exale confiança, sentimento de ser capaz ou de alívio, da forma que desejar.

4. Finalmente, torne esse processo mais abrangente. Se você está praticando tonglen por alguém que ama, estenda a prática a todos aqueles por quem nutre o mesmo sentimento. Se está praticando por alguém que viu na televisão ou na rua, faça o mesmo por todos os que estão em situação semelhante. Não se limite a uma única pessoa. Talvez já seja suficiente praticar por todos aqueles que, como você, estão dominados pela raiva, medo, ou por qualquer outro sentimento que também o aprisione. Entretanto, em todos esses casos, você pode ir além. Você pode praticar tonglen por aqueles que considera inimigos — aqueles que o ferem ou ferem alguém. Faça tonglen por eles, pense neles como dominados pela mesma confusão e impotência que vê em si mesmo e naqueles que ama. Inspire a dor deles, expire alívio.

Don't look back in anger

Then I moved to a maximum-security federal prison. For the first two years, I lived in a dormitory crowded with bunks and inmates. It was claustrophobic, filled with bodies and noise. I would sometimes do my practice late at night, when it was quietest, but I also discovered a walk-in trash closet. I would clean it up, set all the mops and brooms and trash barrels outside so somebody could get to them, and I would sit in the closet on a folding chair.

One practice that was of great help was tonglen [ the practice of taking on the suffering of others and sending them relief]. Prison is a world of anger, and I certainly had mine. I had a lot to be bitter about: Some close friends had turned me in; I felt that I had been intensely over-prosecuted. But I was committed not to go there. I did not want to end up an angry and bitter person. It was not who I wanted to be. I really worked on transforming all that and on cultivating an attitude of lovingkindness through tonglen practice.

por Fleet Maul, criador da Prison Dharma Network, nessa entrevista pra Tricycle. (pra saber mais, leia esse post aqui do Conector)