sábado, 26 de outubro de 2013

mostra de filmes Zanzibar, os Dândis de 68

Hoje fui na mostra de cinema Os Filmes Zanzibar: Dândis de 68, que está rolando na Caixa Cultura, no Rio de Janeiro, até 3 de novembro. Tô trabalhando na mostra lançando legendas (pros filmes que precisam de legendas). O bacana é que existe pouco material sobre esse movimento (parece que offline só tem um pequeno livro impresso), até mesmo na França, país onde ele se originou, e a mostra vem justamente iluminar um pouco esse período. É a 1a vez que exibem alguns dos filmes, como Deux Fois, que fala bem... aparentemente fala sobre os sentimentos de uma das integrantes do grupo (a Jackie Raynal) sobre o namorado dela na época.



Achei os filmes bem surreais, mas é para eles serem assim. Como me disse um dos organizadores da Mostra, Leonardo Esteves, o mote dos filmes é ser "destruição". Ou destruição do cinema como entendiam até então. No debate de hoje, a Jackie Raynal falou sobre como o movimento veio a ser, as influencias e os "resultados". Falou várias outras coisas também, mas que não pesquei.

De uma "operária do cinema", como ela mesmo se descreveu, Jackie se tornou uma senhora enxuta e lúcida e grande conhecedora do cinema. Ela ajudava na edição dos filmes de cineastas como Godard quando foi convidada a participar do grupo Zanzibar. Pelo que eu entendi, o movimento começou com uma proposta de um bancário francês, que queria financiar jovens cineastas. Quando ele viu o resultado do 1o filme (muito experimental), ficou um decepcionado. Mas a irmã dele, Sylvina Boissonnas (que aparece em pelo menos um dos filmes) decide continuar a financiar esse grupo de artistas, como Philippe Garrel, e passou a atuar como uma mecenas.

[caption id="attachment_988" align="aligncenter" width="1024"]Sylvina Boissonnas Sylvina Boissonnas[/caption]

De 1968 a 1970, produziram cerca de 15 filmes. Em um ano, filmaram 3 longa-metragens, o que é quase insano para os padrões de hoje. Uma das influencias dos caras era a The Factory, do Andy Warhol. Outra influência era a mescalina e outras drogas, segundo a própria Jackie. "Naquela época as drogas eram de graça. Nos davam as drogas. Quase todas vinham da Inglaterra. E não era como hoje, que há envolvimento com traficantes armados". Ela lembra como uma época maravilhosa, pois ainda não existia a AIDS.

Eles filmaram alguns dos acontecimentos do movimento estudantil de maio de 1968 e colocaram em seus filmes. Exibiram alguns desses filmes para trabalhadores nas próprias fábricas onde trabalhavam. Exibiam as películas também em escolas e museus.

Parece que só conseguiram esse acesso e distribuição graças aos esforços da Sylvina. Também havia a facilidade de terem filmado em formato Super-8, o que, aparentemente, facilita e agiliza na hora de editar. Como hoje em dia, o imediatismo também era importante para alguns cineastas, como disse Jackie no debate ao responder uma pergunta sobre redes sociais(acho que era uma referência ao Mídia Ninja e similares). Eles também conseguiam acesso maior aos protestos, pois um dos integrantes tinha um carrão (acho que um Jaguar, não sei). Por causa do carro, "os policiais os confundiam com ricos" e deixavam eles passar pelo bloqueio que faziam aos manifestantes de 68. (Que coisa isso)

[caption id="attachment_989" align="aligncenter" width="695"]Cena do filme Détruisez-Vous, ou Destrua-se. Cena do filme Détruisez-Vous, ou Destrua-se.[/caption]

Com a ajuda financeira de Sylvina, passaram a filmar em 35mm. Isso garantiu uma qualidade maior para as filmagens, mas que dificultou a distribuição, já que existiam lugares na França com capacidade de exibir um filme rodados em 35mm. No meio disso tudo, fizeram vários filmes. Jackie se lembra quando foi exibir o Deux Fois pela 1a vez, para operários e pessoas de classe-média, classe média baixa. As pessoas riram, gargalhavam. Ela se perguntou se o que eles estavam fazendo estava tão distante assim da realidade deles - em uma das cenas, Jackie urina na própria meia-calça. Os festivais, por outro lado, os receberam muito bem. Mas muitos diretores pararam de trabalhar com Jackie, porque aparentemente "ela tinha enlouquecido".

Pelo que eu entendi, o fim do movimento ocorreu quando vários integrantes começaram a seguir o próprio caminho. Uns viajaram para a Índia (era moda na época, por causa dos Beatles) e outros do grupo foram para Zanzibar, na África, acompanhados por um Mangusto (uma espécie de furão) que ia comendo os insetos no caminho.

No final, cada um foi prum canto. Uns caíram em Artes Plásticas, outros continuaram fazendo filmes e um (o Patrick Deval) virou muçulmano durante a viagem a Zanzibar e largou as artes. Jackie ficou bem abalada com o grupo Zanzibar, "como acontece nesses movimentos independentes, quando se mistura demais o trabalho e a vida pessoal". Ela vendeu o único bem que tinha, um apartamento, e foi com Sylvina em direção à costa oeste dos EUA para viver como os hippies. Parece que ficou lá até pouco tempo atrás. Agora vive na França. Nunca tinha vido ao Brasil, mas conhecia os filmes de Glauber Rocha e outros, através de Godard.

Durante o debate, ela respondeu algumas perguntas dos organizadores e da plateia. Um espectador assinalou que gostou muito como ela usou o som no Deux Fois (muito silêncio, pouco diálogo e sonoplastia pertubadora). Ela agradeceu os elogios e disse na época que atuava editando e montando os filmes, percebeu que "o som é a metade da imagem de um filme". Ela falou da influência e dos resultados do movimento Zanzibar. Disse que o movimento gerou frutos mais nas Artes Plásticas, mas não deu detalhes disso. Disse que em 1968 os festivais de cinema ousavam mais, abriam mais as portas para filmes inovadores e experimentais e "hoje exibem Tarantino". Engraçado que nego que gosta de Tarantino não se acha careta, pelo contrário.

Jackie respondeu também uma pergunta minha. Perguntei sobre a diferença da dinâmica entre o mecenato de Sylvina e o crowdfunding. Ela disse que uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sylvina era mais que uma mecenas, atuava também dando todo o apoio necessário, ajudando na distribuição e exibição dos filmes. Ela critica também o fato do crowdfunding exigir uma contrapartida dos contribuintes. "Se fulano quisesse fazer um filme para três ou quatro pessoas, ele ia lá e fazia. Não tinha que responder a ninguém". Ela conta que um dos participantes do movimento Zanzibar se alegrava quando as pessoas abandonavam a sala de cinema, que ficava vazia.

Para Jackie, o crowdfunding é algo fechado em si mesmo. Não ajuda a criar um sistema de distribuição, nem nada. Não ajuda ir além. É uma observação pertinente pra algo que nego considera que é a salvação da lavoura. Não concordo muito com o que ela diz, mas entendi que se não houver algo além do financiamento, se não houver uma participação real das pessoas com a arte e com o que elas consideram interessante, não vai haver vaquinha que dê conta. Eu tinha várias perguntas a fazer para ela (se ela assiste filmes no Youtube, por exemplo), mas o tempo era curto e não deu para falar tudo. Valeu pela conversa.

* em tempo, me acharam parecido com o Jean Paul Belmondo. Acho que não sou tão narigudo ou charmoso assim.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Aquele caso da velhinha queimada por café no McDonald's...

Lembra de um caso de uma senhora que foi queimada por café no McDonald's e que recebeu uma indenização milionária? Ela virou referência do absurdo que é o sistema jurídico norte-americano. Virou até piada no Seinfeld:



e aqui:


Mas a história verdadeira (e os ferimentos que a senhora sofreu) era mais profunda do que divulgaram em alguns meios de comunicação. O NY Times desencavou essa história e trouxe à tona que o caso envolveu mais que a indenização milionária. Se quiser saber mais: http://nyti.ms/15WTRbJ

sábado, 19 de outubro de 2013

projeto fotográfico sobre o Metrô carioca

Caos Subterrâneo

Projeto fotográfico sobre o metrô carioca. O fotógrafo Daniel Carvalho quis mostrar um pouco das dificuldades enfrentadas no dia a dia pelos usuários do metrô. Mais fotos aqui e aqui tem o fotógrafo falando sobre o período de quatro meses que ficou tirando as fotos.

domingo, 13 de outubro de 2013

#ficadica

all-star-superman-lessons-beatitudes

Alguns mandamentos do Allstar Superman:
- Nada é impossível;
- O quão pior você age, pior você fica;
- Os fortes devem proteger os fracos;
- Valentões não gostam de ser confrontados;
- Um homem não é medido pelo que ele fala, mas pelo que ele faz;
- Nunca é tão ruim quanto parece;
- Você é mais forte do que você acha que é;
- A pena é mais forte que a espada, todas as vezes;
- É apenas nós, aqui juntos, e isso é tudo o que nós temos;
- Sempre há uma maneira;

Peguei aqui.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Mais informações sobre Jorge Ben(jor) e a Turma da Tijuca

Informações sobre Jorge Benjor, Roberto Carlos, Erasmo e Tim Maia retiradas do Dicionário Cravo Albin e da Wikipedia:

Jorge Benjor
Jorge Duílio Lima Menezes iniciou sua carreira artística em 1961, como pandeirista, ao lado do Copa Trio, grupo liderado pelo organista Zé Maria, que se apresentava na casa noturna Little Club, no Beco das Garrafas (RJ). Em seguida, apresentou-se no Bottle's, também no Beco das Garrafas, cantando e tocando músicas de sua autoria. Atuou, também nessa época, como cantor de rock, na boate Plaza (RJ).

Em 1963, voltou a apresentar-se no Bottle's, acompanhado pelo Copa Cinco, integrado por Meireles (sax), Pedro Paulo (trompete), Toninho (piano), Dom Um (bateria) e Manoel Gusmão (baixo). Ainda em nesse ano, realizou sua primeira participação em estúdio, atuando como "crooner" nas faixas "Mas que nada" e "Por causa de você, menina", ambas de sua autoria, incluídas no LP "Tudo azul", de Zé Maria. Em seguida, foi contratado pela gravadora Philips, e gravou um 78 rpm com essas duas músicas, acompanhado pelo Copa Cinco. O disco obteve muito êxito. Nesse mesmo ano, gravou seu primeiro LP, "Samba esquema novo", contendo essas duas canções, além de "Chove chuva", que veio consolidar seu sucesso como cantor e compositor. O disco atingiu um total de 100 mil cópias vendidas, marca incomum para a época.
* tirado do Dicionário Cravo Albin;

Carioca de Madureira, mas criado no Rio Comprido, Jorge Ben queria ser jogador de futebol e chegou a integrar o time infanto-juvenil do Flamengo. Mas acabou seguindo o caminho da música, presente em sua vida desde criança. Ganhou seu primeiro pandeiro aos treze anos de idade e, dois anos depois, já cantava no coro de igreja. Também participava como tocador de pandeiro em blocos de carnaval. Aos dezoito, ganhou um violão de sua mãe e começou a se apresentar em festas e boates, tocando bossa nova e rock and roll. É conhecido como Babulina, por conta da pronúncia do rockabilly "Bop-A-Lena" de Ronnie Self (apelido que Tim Maia tinha pelo mesmo motivo). Seu ritmo híbrido lhe trouxe alguns problemas no início, quando a música brasileira estava dividida entre a Jovem Guarda e o samba tradicional, de letras engajadas. Ao passar a ter interesse pela música, o artista vivenciou uma época na qual a bossa nova predominava no mundo. A exemplo da maioria dos músicos de então, ele foi inicialmente influenciado por João Gilberto, mas desde o início foi bastante inovador.
* tirado da Wikipedia;

Erasmo Carlos
Erasmo Esteves foi criado no bairro carioca da Tijuca, estudou nos tradicionais colégios Batista e Lafayette. Começou a se interessar por música em 1957, quando o rock começou a penetrar no Brasil. Na Rua do Matoso, conheceu Roberto Carlos, Jorge Ben e Tim Maia, que lhe ensinou os primeiros acordes de violão. Fundou com eles o grupo amador The Sputiniks.
* tirado do Cravo Albin;

Erasmo conhecia Sebastião Rodrigues Maia (que mais tarde seria conhecido como Tim Maia) desde a infância, entretanto a amizade só viria na adolescência por conta da febre do Rock and Roll. Em 1957, Tim Maia montou a banda The Sputniks, os membros da banda eram Tim, Arlênio Lívio, Wellington Oliveira e Roberto Carlos. Após uma briga entre Tim e Roberto, o grupo foi desfeito, Wellington desistiu da carreira musical, o único remanescente era Arlênio que no ano seguinte resolveu chamar Erasmo e outros amigos da Tijuca, Edson Trindade e José Roberto, conhecido como "China" para formarem o grupo vocal "The Boys of Rock". Por sugestão de Carlos Imperial o grupo passou a se chamar The Snakes, o grupo acompanhava tanto Roberto quanto Tim Maia em seus respectivos shows.

Erasmo foi apresentado a Roberto por Arlênio Lívio, Roberto precisava da letra da canção Hound Dog, sucesso na voz de Elvis Presley, então Arlênio disse que Erasmo seria a pessoa que possuiria tal letra, pois este era um grande fã de Elvis, Roberto descobriu outras afinidades com Erasmo, além de Elvis, ambos gostavam de Bob Nelson, James Dean, Marlon Brando, Marilyn Monroe, torciam para o Vasco da Gama. Quando fazia parte do The Snakes, Tim Maia ensinou Erasmo a tocar violão.

O The Snakes chegou a acompanhar, o cantor Cauby Peixoto em sua inusitada passagem pelo rock, na gravação de "Rock and Roll em Copacabana" de 1957 e no filme "Minha Sogra é da Polícia" (1958), onde o cantor interpreta a canção "That's Rock" composta por Imperial.

Nos tempos da juventude também conheceu, Jorge Ben Jor, na época conhecido como Babulina e Wilson Simonal, que também foi agenciado por Carlos Imperial. Erasmo resolveu adotar o nome Carlos no nome artístico em homenagem ao Roberto Carlos e a Carlos Imperial e com esse nome lançou o compacto que seria de grande sucesso com a música O Terror dos Namorados com a novidade do Orgão Hammond de Lafayette que também era seu amigo e da Turma do Bar Divino na Tijuca.
* do verbete da Wikipedia;

Tim Maia
Iniciou sua carreira artística aos 14 anos de idade, integrando, como baterista, o grupo Os Tijucanos do Ritmo, com o qual atuou durante um ano. Em seguida, começou a estudar violão e formou, em 1957, com Roberto e Erasmo Carlos, o grupo Os Sputniks. Em 1959, viajou para os Estados Unidos, onde permaneceu durante quatro anos. Estudou inglês e integrou, como vocalista, o conjunto The Ideals. Em 1968, gravou seu primeiro disco, um compacto simples contendo suas composições "Meu país" e "Sentimento".
* do Cravo Albin;

Sebastião Rodrigues Maia foi um cantor, compositor, produtor, maestro, multi-instrumentista e empresário brasileiro, responsável pela introdução do estilo soul na música popular brasileira e reconhecido mundialmente como um dos maiores ícones da música no Brasil. Suas músicas eram marcadas pela rouquidão de sua voz, sempre grave e carregada, conquistando grande vendagem e consagrando muitos sucessos. Nasceu e cresceu na cidade do Rio de Janeiro, onde, em sua infância, já teve contato com pessoas que viriam a ser grandes cantores, como Jorge Ben Jor e Erasmo Carlos. Em 1957, fundou o grupo The Sputniks, onde cantou junto a Roberto Carlos. Em 1959, emigrou para os Estados Unidos, onde teve seus primeiros contatos com o soul, vindo a ser preso e deportado por roubo e porte de drogas. Em 1970, gravou seu primeiro disco, intitulado Tim Maia, que, rapidamente, tornou-se um sucesso país afora com músicas como "Azul da Cor do Mar" e "Primavera".
* Wikipedia;

Roberto Carlos
Em 1957 começou a carreira apresentando-se em bailes e programas de TV com o conjunto The Sputniks. Em 1958, formou com Erasmo Carlos, Edson Trindade e Arlênio Gomes o conjunto The Snakes. A carreira solo foi iniciada no mesmo ano como "crooner" da boate do Hotel Plaza, em Copacabana, cantando samba-canção e bossa nova. No ano seguinte, por intermédio de Carlos Imperial, começou a se apresentar no programa do Chacrinha. Com uma carta de apresentação de ambos, gravou pela Polydor seu primeiro disco, "João e Maria/Fora do tom", um 78 rpm de estilo bossa nova e composições de Carlos Imperial que não teve repercussão alguma. Ainda assessorado por Carlos Imperial, gravou seu segundo disco em 1960, com as músicas "Brotinho sem juízo" e "Canção do amor nenhum", ambas de Imperial. No ano seguinte gravou seu primeiro LP, também não obtendo êxito. Em 1963, fez sucesso com o 78 rpm "Splish splash/Parei na contramão", esta última inaugurando a parceria com Erasmo, uma das mais profícuas e rentáveis da música brasileira.

Nesse mesmo ano viajou com freqüência para São Paulo para se apresentar no programa da TV Record "Astros do Disco". No ano seguinte, começaram a se intensificar as apresentações em programas de rádio e televisão, tornando seu nome conhecido nacionalmente. Ainda em 1964 lançou o LP "É proibido fumar", com os sucessos "O calhambeque", versão de Erasmo Carlos para "Road hog" e a faixa título. O ano de 1965 foi o da consagração nacional definitiva. A TV Record decidiu lançar um programa dominical direcionado à juventude cujo comando foi entregue a ele. O programa "Jovem Guarda" foi ao ar durante quatro anos, tornando-se uma das maiores audiências da televisão brasileira de todos os tempos. Ao lado do "Tremendão" Erasmo Carlos e da "Ternurinha" Wanderléia, recebia convidados que ali se apresentavam.
* Cravo Albin;

Roberto Carlos Braga (Cachoeiro de Itapemirim, 19 de abril de 1941) é um cantor e compositor brasileiro. Um dos primeiros ídolos jovens da cultura brasileira, ele foi um dos pioneiros no Brasil do movimento rock'n'roll surgido nos Estados Unidos ao longo da década de 1950.

Embora tivesse iniciado a carreira sob influência da Bossa Nova, no início da década de 1960, Roberto mudou seu repertório para o rock. Com composições próprias, geralmente feitas em parceria com o amigo Erasmo Carlos, e versões de sucessos do então recente gênero musical, fundando as bases para o primeiro movimento de rock feito no Brasil. Com a fama, estrelou ao lado de Erasmo Carlos e Wanderléa um programa na TV Record chamado Jovem Guarda, que daria nome ao primeiro movimento musical do rock brasileiro. Além da carreira musical, estrelou filmes inspirados na fórmula lançada pelos Beatles - como "Roberto Carlos em Ritmo de Aventura", "Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-rosa" e "Roberto Carlos a 300 Quilômetros por Hora".
* Wikipedia;

Alguns links com algumas histórias sobre o Jorge Ben(jor)

Algumas historias sobre o Jorge Ben(jor) que coletei pela internet:

Você tem uma relação muito próxima com as canções de Jorge Benjor, a começar por Mas Que Nada. Como vocês se conheceram, e qual é a relação de vocês hoje?
Conheci o Jorge no Beco das Garrafas. Foi nessa época que ouvi Mas Que Nada, Chove Chuva, entre outras, pela primeira vez. O Jorge tinha uma qualidade especial, uma levada de violão totalmente diferente do que se fazia naquela época. Sou muito grato a ele por ter escrito Mas Que Nada , que foi e continua sendo a canção mais importante da minha carreira. No meu disco Bom Tempo, lançado neste ano, regravei País Tropical. Acho que Mas Que Nada é hoje a canção brasileira mais conhecida no mundo. E Jorge é um querido amigo. Nós nos vemos de vez em quando quando nos cruzamos pelo mundo. E é sempre um grande prazer encontrá-lo.

* 20 perguntas da Playboy com o Sérgio Mendes;

Mas existe também o Erasmo Carlos sambista, não é? Muita gente considera você e o Jorge Ben os inventores do samba rock.
Não, é o Jorge. Ele é o grande sacador da batida e tudo. Eu sou só um seguidor, e todos os que fazem samba rock são seguidores do Jorge. Quando comecei, ele era meu vizinho lá na Tijuca. Ele era da turma d’Os Cometas, do Rio Comprido, eu era de uma gangue da Tijuca. A gente frequentava a mesma esquina, o mesmo bar. Depois todos começaram a tocar violão, aquela febre do rock’n’roll, samba, bossa nova. A gente fazia serenata de rock e de bossa nova...

* entrevista da revista Trip com Erasmo Carlos;

SUA TURMA ERA TIM MAIA, ROBERTO, ERASMO CARLOS?
Eu também não era da turma deles... A turma deles, o primeiro conjunto, era Tim Maia, Erasmo e Roberto. Chamava Sputniks. Aí houve uma confusão, Roberto se separou e o Tim depois sumiu, foi pros Estados Unidos. Tim tocava desde garoto, foi o primeiro que vi cantando “bop-a-lena, bop-a-lena”, tocando guitarra. Ficamos mais amigos depois, quando voltou e veio pra jovem guarda. Fizemos uma excursão uma vez com a fábrica francesa de tecidos Rhodia. Eu, Rita Lee e Tim Maia. Eram as manequins, e a gente tocava no meio dos desfiles. Uma coisa chiquérrima.

NÃO FICOU NADA GRAVADO DISSO?
Ah, não, não sobrou gravação nem do tempo nosso da tropicália, de Divino, maravilhoso. Dizem que gravavam novela em cima. Mas, falando do Tim Maia... O som dele revolucionou. Ele teve umas fases lúdicas, lindas, específicas... Por exemplo, aquela do livro. Ele seguia e descobriu que não era nada daquilo. Essa foi uma decepção dele. O cara botou a fé dele toda ali e depois descobriu.

DEVE TER SIDO RUIM PRA ELE, MAS RENDEU MÚSICAS MARAVILHOSAS...
Ô, só música maravilhosa. Ele aderiu, cantava com o livro na mão. O síndico, o grande síndico, Deus o tenha. Não vou falar pra você nem pra ninguém, mas eu guardava coisas dele, os amigos sempre guardavam. A qualquer hora você tinha que atender, ele ligava três, quatro horas da manhã. Uma coisa que posso contar pra você: quando gravou o disco com Os Cariocas [em 1997], ele chegou contente, feliz da vida, isso eram quatro da manhã. Aí acordei, já sabiam lá em casa que telefone para mim era dele.

ELE DEVIA SABER QUE VOCÊ TAMBÉM ESTARIA ACORDADO...
[Ri.] Do outro lado ele feliz, “Porra, estou chegando do estúdio agora, gravei com Os Cariocas!”. Mostrava faixa por faixa, ouvi e tinha que dar nota!

NOTA? DE ZERO A DEZ?
[Ri muito.] “O que você acha, porra!?” “Do cacete.” Era demais.

E ROBERTO E ERASMO?
Com eles foi muito pouco, só vivi aquela época da jovem guarda.

MAS VOCÊ FEZ DUAS MÚSICAS COM ERASMO E MOROU COM ELE, NÃO?
Fiquei um pouco com Erasmo no Brooklin, quando fui pra São Paulo me apresentar no Jovem Guarda. Foi a época em que a gente fez “Menina gata Augusta” [1967], que foi legal, [cantarola], “menina gata Augusta, menina Augusta gata”. Ali já fizemos um [hesita] samba rock...

VOCÊS BATIZARAM DE “JOVEM SAMBA”.
É, jovem samba [cantarola], “eu sou da jovem samba/ a minha linha é de bamba” [de “A jovem samba”, 1967].

* entrevista da revista Trip com Jorge Benjor;

O texto abaixo  é sobre o Roberto Carlos, mas fala um pouco da época que o Jorge Ben viveu na Tijuca:

Seis anos antes, Roberto Carlos havia chegado ao Rio de Janeiro, vindo de Cachoeiro do Itapemirim (ES), sonhando em ser um cantor famoso. Tentou o rock, a bossa nova e lançou um álbum que tinha também bolero e samba. Foi um fracasso. Esnobado pela panelinha da Zona Sul – Ronaldo Bôscoli o chamava de “João Gilberto dos pobres” –, voltou a conviver com sua primeira turma carioca, da Tijuca. Mais especificamente com um rapaz alto e bonachão, fã de Elvis Presley e de Roberto – tanto que havia mudado seu nome de Erasmo Esteves para Erasmo Carlos.

Uma versão de Erasmo para um hit de Bobby Darin seria o primeiro sucesso de Roberto: Splish Splash, de 1962. A parceria logo rendeu composições originais: vieram Parei na Contramão, É Proibido Fumar e, em 1965, o convite para que eles e Wanderléa apresentassem o programa Jovem Guarda, na TV Record. Em novembro daquele ano, lançaria a música revolucionária que incendiou o Brasil e o transformaria em Rei: Quero que Vá Tudo pro Inferno.

* entrevista da revista Alfa;