domingo, 25 de agosto de 2013

Sobre as manifestações das ruas (ou 'A Culpa é do Carro')

Panorama traçado pelo Le Monde Diplomatique (fontes dos dados no link da matéria) sobre as manifestações de rua aponta alguns dados bacanas:
Mas é com a condição dos transportes que as cidades acabam cobrando a maior dose de sacrifícios por parte de seus moradores. E embora a piora de mobilidade seja geral – isto é, atinge a todos –, é das camadas de rendas mais baixas que ela vai cobrar o maior preço.

O tempo médio das viagens em São Paulo era de 2 horas e 42 minutos em 2007. Para um terço da população, esse tempo é de mais de três horas.

A desoneração dos automóveis somada à ruína do transporte coletivo fizeram dobrar o número de carros nas cidades. Em 2001, havia em doze metrópoles brasileiras 11,5 milhões de automóveis e 4,5 milhões de motos; em 2011, 20,5 milhões e 18,3 milhões, respectivamente. Os congestionamentos em São Paulo, onde circulam diariamente 5,2 milhões de automóveis, chegam a atingir 295 quilômetros das vias.

O governo brasileiro deixou de recolher impostos no valor de R$ 26 bilhões desde o final de 2008 (nesse mesmo período, foram criados 27.753 empregos), e US$ 14 bilhões (quase o mesmo montante dos subsídios) foram enviados ao exterior. Há mais subsídios para a circulação de automóveis (incluindo combustível e outros itens) do que para o transporte coletivo.

A prioridade ao transporte individual é complementada pelas obras de infraestrutura dedicadas à circulação de automóveis. Verdadeiros assaltos aos cofres públicos, os investimentos em viadutos, pontes e túneis, além de ampliação de avenidas, não guardam qualquer ligação com a racionalidade da mobilidade urbana, mas sim com a expansão do mercado imobiliário, além, obviamente, do financiamento de campanhas.


Mas não se pode resumir tudo a isso. Tem outras coisas também.

sábado, 17 de agosto de 2013

Post do Facebook sobre as manifestações

* Um post meu no facebook sobre as manifestações;

Defendendo um pouco a categoria... mas vejo geral batendo na midia nessas manifestacoes, tanto neguinho de esquerda ou de direita. Tanto um lado quanto o outro falam que os jornais, a televisao, os radios tao do lado errado. Beira um pouco a anarquia, como se rede social fosse a unica solucao e nego que tah nas ruas os unicos mocinhos. Como se a midia nao divulgasse os problemas em hospitais, educacao, seguranca, etc.

O negocio eh que as midias socias permitiram outro tipo de manifestacao, mais espontanea. Antes nego "que se envolvia com os assuntos da sociedade" seguia quase necessariamente pelo caminho dos partidos politicos, midia, advocacia, cultura, religiao, etc, pq nao tinha ferramenta pra fazer de outro jeito. Tudo isso (partido politico, midia, etc) vai continuar existindo por aih. O negocio agora vai ser tentar conciliar esses caminhos "antigos e ja pavimentados" com esses novos que ja tao surgindo. Ou criar novos caminhos.

Nao concordo com ataques generalizados a midia (apesar de muitas vezes ela merecer). Mas como dizem por aih, foram os meios de comunicacao (radio, cinema, televisao) que uniram o País, criaram uma unidade nacional. É por isso que, por exemplo, os cariocas e baianos sao um pouco irmaos e tem uma rivalidade menos hostil que brasileiros com argentinos.

Ou vai que a internet veio pra criar um mundo sem países, como cantava o John Lennon, e o planeta será como um. Sei lá se to chovendo no molhado. Sei lá eu. Sei lá mesmo. ?#?meusdoiscentavos?

Isso foi escrito em junho. Agora o alvo passou a ser a Mídia Ninja (e o Fora do Eixo). O alvo na verdade parece ser todo mundo o tempo todo. Parece caça às bruxas e isso não é legal. O que eu não gosto é essa sensação de CORTEM AS CABEÇAS!

domingo, 11 de agosto de 2013

Sobre o financiamento da Midia Ninja

Há um tempo (em 2009) fiz uma matéria para o Jornal do Commercio falando sobre o sistema financeiro do grupo Fora do Eixo. Pelo que entendi da entrevista do Pablo Capilé e do Bruno Torturra no Roda Viva, é o mesmo sistema que banca a atuação da Mídia Ninja nas manifestações que tomaram conta do País a partir de junho. Pelo que vi, cresceu bastante desde então, tanto em movimentação financeira quanto em número de associados. Porém, uma matéria complementar aponta que o sistema funciona melhor em pequenos grupos (e hoje pelo jeito está pelo Brasil todo).

cubo card

 

Se quiser ler a matéria, é só clicar aqui.

sábado, 3 de agosto de 2013

Documentário sobre o movimento Sem Teto em SP

No coração de São Paulo pulsa o maior movimento de luta por moradia da América Latina. Famílias desabrigadas ocupam o edifício Mauá, um dentre muitos ocupados no centro da cidade., O documentário LEVA acompanha a vida de moradores da ocupação e revela a organização de siglas que se unem numa organização para transformar os espaços abandonados em habitáveis. A estruturação do edifício pelos movimentos de luta de moradia irá refletir na reorganização e redescoberta das pessoas como indivíduos através do coletivo.