domingo, 11 de dezembro de 2011

sábio chinês

Que ditado?
Tinha um chinês que possuía uma fazendinha pequena, a mulher, o filho e um cavalo. Um dia o filho sai para galopar, desce para dar um mergulho no rio e o cavalo some. Ele volta dizendo: "Pô, pai, perdi o cavalo, que azar!". O chinês fala: "Vamos ver, we will see". No outro dia, o filho sai para passear e acaba encontrando sete garanhões maravilhosos. A vila toda vem olhar: "Que sorte!". E o chinês: "Vamos ver, we'll see". No outro dia, tentando domar um dos garanhões, o filho cai e se quebra inteiro. Fica de cama, todo fodido. De novo, a vila diz: "Ah, que azar". E o chinês: "É, vamos ver, we'll see". Dali a duas semanas aparece um general recrutando os filhos de todo o mundo para o exército - só o do chinês fica em casa porque está machucado. E a vila: "Ah, que sorte!". E o chinês: "We'll see" [risos]. A vida é assim. Muitas vezes as coisas acontecem e a gente tem uma visão parcial, vê só o momento. Tem que se distanciar, ver de cima, e perceber as novas viradas da maré.

* da entrevista com a Maria Paula na Trip;

"Seja Vereador"

Há uns dois meses fui no seminário Seja Vereador do PSD na sede do Instituto Novas Ideias para o Rio de Janeiro, do Indio da Costa (que foi o vice de Serra na última campanha à presidência da República), no centro da capital fluminense. O Partido Social Democrático (PSD) é um dos mais novos partidos políticos do Brasil (o 28º, de acordo com essa matéria da Piauí). Capitaneado pelo Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo, o grupo se diz de centro e desde que foi criado anda propalando que tem como principal objetivo a criação de uma nova Constituinte, o que algumas pessoas consideram perigoso.

Obviamente, não fui o único a ir ao curso com fins jornalísticos (como se pode ver na matéria da Piauí e nessa do Estadão). Durante o seminário, fiz algumas anotações (que acho que perdi na última mudança ) de casa. Mas ainda me lembrava de algumas coisas faladas naquele dia e como tinha algumas dúvidas mandei um e-mail para a UERJ que me colocou em contato com o aluno do doutorado em Ciência Política Giliard Gomes Tenório da instituição. Segue a troca de e-mail que a gente fez sobre o assunto:

Oi Gilliard, tudo bom? Estou com uma dúvida sobre quociente eleitoral nas eleições para vereador. Queria entender o cálculo usado para eleger um vereador. Pode me dar uma ajuda?

Olá Francisco! A boa notícia é que o cálculo do quociente ou coeficiente eleitoral é o mais simples de todo o processo de eleição para vereador.

O coeficiente eleitoral é aquele mínimo de votos que um partido ou coligação tem que conseguir para eleger um vereador. Portanto, é o total de votos válidos, dividido pelo número de vereadores da cidade. Ou seja, é o número de pessoas que efetivamente votaram, dividido pelo número de cargos em disputa.

Por exemplo. No Rio de Janeiro, são 54 vereadores, correto. Segundo o TRE, votaram na eleição para vereador de 2008 quase 3,8 milhões de eleitores (estou arrendondando para facilitar o cálculo). Assim:

3.800.000/54 = 70.370,37

Assim, é preciso que o partido/coligação receba pelo menos 70.371 votos para eleger pelo menos um vereador.

Após este cálculo, outras duas contas têm que ser feitas para se saber exatamente qual o número de cadeiras cada partido/coligação vai receber. Se necessitar, posso tentar explicar isso para você depois.

Contudo, o que é preciso ficar claro é que, se o partido/coligação não recebeu aquele mínimo de votos (ou seja, não alcançou o coeficiente eleitoral), ele sequer vai participar destes outros cálculos.

É isso. Se precisar de algo mais, avise.

Oi, obrigado pela resposta. Fiz a pergunta porque estive no seminário Seja Vereador e lá falaram que queriam X (acho que 20) candidatos a vereador que conseguissem captar pelo menos 3.500 votos (acho que o número é esse). Dessa forma, queriam eleger pelo menos 7 vereadores nessas eleições. É possível fazer essa conta (pelo vi que, com essa conta só elegeriam 1 vereador)?

1. Cada partido pode lançar qtos vereadores?
2. Para conseguir 7 vereadores nessas próximas eleições o PSD teria que ter pelo menos 49 mil votos (levando em conta que serão 3,8 milhões de eleitores de novo), certo?

Não sou candidato nem nada, só queria entender algumas coisas que eles falaram no seminário.

Olá. Pois é, achei essa conta sugerida pelo PSD bem errada. 20 candidatos com 3500 votos dá 70 mil, menos do que o coeficiente. Um detalhe. Os partidos costumam atrair pequenos candidatos, de baixa votação, apenas para aumentar os votos do partido/coligação. Isso porque eles tem os chamados "puxadores de voto", com alta votação. O primeiro acaba ajudando a eleger o segundo. Assim, esses pequenos candidatos são "enganados" com promessas de se eleger, sendo que na verdade estão ajudando a eleger outros.

Supondo que o número de votos válidos vá continuar o mesmo, podemos supor que para eleger 7 vereadores será necessário algo em torno desses 49 mil votos sim. As outras regras costumam mudar um pouco essa conta. Vale a pena conferir se algum partido/coligação elegeu esse número de vereadores e ver qual foi a votação obtida.

Sobre as outras perguntas, cada partido pode lançar uma vez e meia (1,5) candidatos sobre o número de vereadores. Ou seja, no caso do Rio, 54 x 1,5 = 81 candidatos. Já coligações podem lançar duas vezes o número de cadeiras. No caso do Rio, 43 x 2 = 108 candidatos.

Dei uma pesquisada, olhe este link...

Você vai ver na tabela. O DEM conseguiu em torno de 476 mil votos, e elegeu 8 vereadores (59,5 mil votos para eleger cada pessoa). Já o PSDC precisou de 82 mil votos para eleger apenas um. Isso deve servir de parâmetro para entender aquele caso do PSD. Para este cálculo, é preciso somar os votos de legenda e nominais para alcançar o total do partido.

Dê uma olhada também aqui.
**

A explicação do Gilliard serviu para confirmar algumas das suspeitas que tive durante o seminário: a de que queriam "puxadores de votos locais" pra alavancar alguns políticos do núcleo do partido. E isso deve acontecer em todos os partidos políticos (e eu que não sabia). Também vi que a maioria dos participantes do seminário era homem (só tinha uma ou duas mulheres) e branco. Uns já tinham envolvimento político anterior (eram de alguma igreja e já tinham se envolvido na campanha de alguma outra pessoa) enquanto outros tavam lá por idealismo (um queria levar o violão para as praças públicas e conquistar eleitores cantando as ideias e propostas).

Como em uma sala de aula, alguns fizeram questão de se sentar na frente, perto do "professor", e por isso recebiam atenção especial dele. Uns poucos faziam questão de participar do seminário, com observações e perguntas (seja para mostrar que sabiam, seja só para pontuar alguma coisa), e outros só observavam, como em uma aula normal. Uns eram cínicos e outros tinham vontade real de "fazer a diferença".

Com a explicação entendi algumas das questões sobre eleições mas ainda acho a "matemática da coisa" um pouco complicada, podendo mudar o tempo todo. Mas ela me ajudou a perceber que muitos partidos (senão todos) adotam uma postura mais pragmática em relação às eleições (para puxar mais votos), enquanto outros (imagino os mais de esquerda) adotam o idealismo dando tempos iguais para quem quiser "expôr as ideias"(o que também pode ajudar a puxar votos para o candidato ou legenda). Não sei se é bem assim, mas é a impressão que tive do seminário e de partidos políticos em geral.

A entrada do seminário custava R$ 10, que contou com um pequeno coffee break. Os palestrantes foram o Paulo Cerri (ex-DEM, assim como o Índio da Costa) e um cara que acho que era ex-vice prefeito do Cesar Maia. O Indio da Costa estava em Brasília porque no dia ia ser anunciado se o registro do PSD ia ser liberado ou não – e quando foi liberado, ele ligou pro Cerri que avisou a todos presentes, que aplaudiram o ocorrido. Durante o seminário eles deram várias dicas de como conseguir votos:

1) o trabalho do candidato começa vários meses antes do começo da eleição, com a elaboração de propostas, o envolvimento com a comunidade e a arregimentação de cabos políticos;
2) nunca usar dinheiro próprio na eleição (sempre doações);
3) definir a área de atuação durante as eleições e a sede da campanha;

Teve muito mais coisa que não me lembro agora. Caso as pessoas quisessem continuar com as aulas, teriam que se filiar ao PSD, o que não fiz. Quando o seminário, teve gente que ficou lá para discutir as ideias com os palestrantes, outros, como eu, foram direto para casa. No caminho, ouvi alguns reclamando e criticando o seminário. "Que palhaçada!", "Que pouca vergonha!", "Só ensinarem truques pra ganhar votos!" e coisas do tipo para baixo, o que não concordei muito. Acho que foi uma boa experiência porque tinha aprendido algumas coisas do processo eleitoral brasileiro (e só por R$ 10), o que foi bacana.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

we, the people

Nós criamos causas e condições. Somos os produtores, os atores, os diretores, os roteiristas desse grande espetáculo que é a nossa vida, a vida do planeta, do universo, de tudo o que existe. Quando cada um de nós atua no melhor de seu potencial – não de qualquer jeito, mas fazendo o que é correto, fazendo o seu melhor; não para dizer que somos o bom, mas o melhor para que todos possam se manifestar no melhor de seu potencial –, contribuímos para uma vida de harmonia, beleza, ternura, amor. O importante não é o que ganhamos, mas com o que podemos contribuir. Isso é a transformação.

* tirado daqui.

sábado, 8 de outubro de 2011

Totoma! e a Batalha do Passinho

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Há duas semanas fui com a minha namorada no Sesc Tijuca ver a exposição Totoma! da fotógrafa Daniela Dacorso sobre o universo do funk ("toma to-toma to-toma to-ma toma!"). A mostra era bem pequena, tinha cerca de 30 imagens que mostravam dez anos (1998 - 2008) de bailes nos morros e na periferia da cidade, os personagens, a montagem dos soundsystems, o glamour e a farra. Achei que faltou um histórico sobre a fotógrafa e como surgiu seu interesse pelo pancadão carioca (só fui descobrir isso nesse texto do Globo: "o marco zero dos registros foi uma reportagem para uma revista alemã no final dos anos 1990, acompanhando Mr. Catra num baile na Rocinha"). Dei por falta também de mais informações sobre as imagens, que só revelavam a localidade que foram tiradas e nome de seus personagens. Algumas dessas informações estão bem explícitas só no texto publicado no Overmundo sobre uma exposição da Dacorso realizada em 2009 na Urca:
As festas no Chapéu Mangueira, na época da “dança da bundinha”, Tati Quebra Barraco no início de carreira, o MC Mr. Catra em família, Deize Tigrona posando para a Revista Vogue durante festa na Cidade de Deus, as duplas Serginho e Lacraia, Gorila e Preto, os bailes da Vila Mimosa e a montagem dos “soundsystems” são alguns dos flagrantes da exposição.

Foi montada também uma pequena homenagem à Lacraia, que morreu em maio deste ano – e foi meio bolante ver nego se agarrando com ela no palco. Sei que parte da farra do show dela era quando o povo subia no palco pra tascar-lhe um beijo (em troca de uma grana), mas achei que o povo na favela era mais machista. Ou talvez sejam machistas, mas sabiam que aquilo ali no palco era só farra mesmo (ou talvez não sejam machistas pois parece que a maioria das famílias ali é comandada por mulheres, já que muito homem não assume a paternidade ou só saem de casa mesmo).

A imagem que mais gostei foi da M.I.A. tirando um auto-retrato com a Deise Tigrona (ela parece meio feliz, meio cansada e meio surpreendida por estar tirando foto com uma artista inglesa). Logo ao lado tinha uma foto da mesma Deise toda arrumada, com um vestido vermelho em uma praia da cidade (e foi uma das fotos que a minha namorada mais gostou, porque espanta pelo glamour).  Foi bacana ver o Mr. Catra deitado no chão com os moleques dele e uma galera que eu nem sabia que existia (tipo o Menor do Chapa). A foto que a minha namorada achou mais divertida foi a Mulher Melão e a Fome Mundial, que mostrava a dançarina no palco se exibindo e os moleques todos se aglomerando babando por ela (e as meninas fazendo pouco caso). A imagem é pura sordidez e farra.

Como tava nas poucas palavras do texto introdutório da mostra, a impressão que tive com a exposição foi que o "funk não é motivo, é uma necessidade / É pra calar os gemidos que existem nessa cidade". Eu tinha ido recentemente numa exposição sobre a estética punk (I am a Cliché, tava no CCBB) e por isso meio que associei o funk com o punk, por causa do sentimento de urgência e porque, como os dois estilos musicais  surgiram das camadas mais pobres da população, parece que sem a música nego não tinha muita perspectiva pra própria vida. Talvez em tempo de baile funk sendo proibido em comunidades pacificadas, a mostra tenha sido necessária para mostrar que os bailes são a voz e a válvula de escape de uma galera. Ao mesmo tempo, o próprio governo do Estado que proíbe os bailes (por causa dos proibidões) incentivou a mostra e mais outros eventos relacionados a ela, como a final da Batalha do Passinho, que, por sorte, ocorreu no mesmo dia que fui ver a Totoma!.

O passinho tá pro funk assim como o break dance tá pro hip hop. Passinho não é dança. Passinho não é coreografia. Passinho é passinho (saca quando tu tá na pista de dança e manda uns "passinhos"? Então, é isso mas só que muito mais frenético). Parece que a origem dele surgiu com neguinho postando no youtube vídeos deles dançando (saiba mais nessa matéria da Época). Alguém via e tentava fazer melhor e aí botava no youtube também. O troço ganhou força, apareceu na mídia e organizaram campeonato pelos morros da cidade. A grande final foi no Sesc.

Chegamos com a Batalha já começada. Era na quadra de futsal do local e até que tava cheio. O Sany Pitbull era o responsável pelo som e tinha uns jurados na arquibancada. Os Ousados e mais uma galerinha tava lá. Os moleques mandavam bem pacas, uns pareciam que não tinham joelho e outros eram puro ritmo (principalmente os mais novos). Um carinha lá mandou um moonwalk de lado, outro quase dançou como os cossacos russos. Nego mandava uns saltos e às vezes quando mandavam um passinho atrás do outro parecia que os pés não tocavam o chão ("parece que os moleques tavam flutuando", disse meu pai quando viu a matéria sobre a Batalha no Fantástico). O bacana é que tinha gente de todas as idades, desde moleque novo até rapaz com 20 e poucos anos.

Não ficamos até o final porque uns congelados que havia comprado estavam descongelando. Mesmo assim, saimos com a sensação que valeu a pena o pouco que vimo. E segue abaixo alguns vídeos que fiz (um deles já tá com quase mil visitas!):













* mais fotos da fotógrafa Daniela Dacorso aqui;

domingo, 2 de outubro de 2011

Solano Trindade - Gravata Colorida

Quando eu tiver bastante pão
para meus filhos
para minha amada
pros meus amigos
e pros meus vizinhos
quando eu tiver
livros para ler
então eu comprarei
uma gravata colorida
larga
bonita
e darei um laço perfeito
e ficarei mostrando
a minha gravata colorida
a todos os que gostam
de gente engravatada...

* tirado daqui: http://coisafina.blogspot.com/2011_04_01_archive.html

sábado, 6 de agosto de 2011

Olha a onda iáiá

Por muitos anos, desde o início da década de 60 até o final dos anos 80, o Bafo da Onça e o Cacique de Ramos disputaram o direito de fazer o melhor carnaval de rua do Rio de Janeiro. Hoje os dois encaram destinos completamente diferentes. Em setembro de 2010, o prefeito Eduardo Paes inaugurou a nova sede do Cacique, após reforma que custou R$ 1 milhão aos cofres prefeitura. A sede agora conta com um centro cultural e uma quadra de esportes. Em maio deste ano, a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) concedeu ao Cacique a medalha Tiradentes – a mais alta condecoração do legislativo estadual do Rio – em homenagem aos seus 50 anos. Também em 2011 a escola de samba Estação Primeira da Mangueira escolheu o bloco como tema do seu carnaval de 2012. E o Bafo da Onça? Não teve todo esse destaque mas continua na ativa e está ensaiando a sua volta.

Segundo relatos de um jornalista especializado em carnaval (que não quis se identificar), na disputa pelo melhor carnaval de rua da cidade geralmente o Bafo ganhava, arregimentava mais pessoas e tinha os sambas mais empolgantes. Ele foi fundado no Catumbi, bairro no centro do Rio, depois que o bloco de carnaval Gonçalves, que desfilava na rua de mesmo nome, também na região, parou de desfilar. O Bafo foi criado em 12 de dezembro de 1956 em um botequim do bairro. Um de seus fundadores era o ex-policial e o ex-carpinteiro Sebastião Maria (mais conhecido como Tião Maria), que durante a folia saia vestido de onça pintada em uma espécie de “bloco do eu sozinho”.

A matéria “Bafo da Onça comemora 30 anos” da falecida jornalista Mara Caballero publicada em 8 de janeiro 1987 no Jornal do Brasil, diz que Tião era uma espécie de líder da comunidade, promovendo as festas para as crianças no Catumbi. Em um barzinho local, costumava beber leite-de-onça (um drink que mistura rum com leite condensado, que, segundo a jornalista, causa ressacas memoráveis), que foi a inspiração para o nome do bloco de carnaval. Com suas habilidades de marceneiro, foi ele quem criou o primeiro carro abre-alas do grupo.

Como conta Roberto Saldanha (mais conhecido como Capilé), presidente do Bafo há quase 40 anos, com o fim do Gonçalves surgiram dois blocos: o Bafo e o Vai Quem Quer. “Saio no Bafo da Onça desde sua fundação. Eu saia no Gonçalves, era o maior bloco de sujo da cidade (NOTA: bloco de sujo eram manifestações carnavalescas com fantasias e instrumentos improvisados onde os foliões tocavam marchinhas e sambas-enredo). Quando acabou o Gonçalves, veio o Bafo da Onça e depois o Vai Quem Quer”.

Segundo ele, foi com o Bafo que surgiram os blocos com fantasias uniformizadas. “Antes o povo saia com qualquer roupa, de qualquer jeito, vestido de mulher, aqueles negócios… Aí o Bafo não. O Bafo colocou aquele short de onça (nos homens) e as meninas iam de sainha (de onça). O lado esquerdo era mulher e o lado direito era homem. Eram duas filas que saiam juntas. Não misturava. As crianças saiam (juntas). Minha mãe saia com a criançada toda, meu irmão, filha da vizinha. Era uma ala quase, porque a família toda saia”. Sete anos mais tarde, o Cacique de Ramos surgiria com fantasias inspiradas nos índios (daí o nome “Cacique”).

[caption id="" align="aligncenter" width="480" caption="Foto Antônio do Vale, acervo Antônio José."]Foto Antônio do Vale, acervo Antônio José.[/caption]

Tião colocou as mais belas mulatas do bairro na frente do bloco, o que foi logo seguido por outras agremiações. O radialista e empresário Oswaldo Sargentelli recrutou algumas dançarinas do Bafo e inventou as “Mulatas do Sargentelli”. Em 1970 elas eram parte da atração de sua casa de espetáculos Sambão, criada em Copacabana um ano antes. O “mulatólogo” e suas dançarinas participavam dos ensaios e desfiles do bloco. Uma das mais famosas foi a espetacular Adele de Fátima, que foi coroada rainha da bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel e participou de algumas chanchadas no cinema (como “Histórias que Nossas Babás não Contavam”) e programas de televisão. Outra foi Solange Couto, que mais tarde viria a estrelar diversas telenovelas da Globo (ficou famosa com o bordão “Não é brinquedo não?” na novela O Clone).

[caption id="" align="aligncenter" width="362" caption="Adele de Fátima, Histórias que Nossas Babás Não Contavam"][/caption]

Como escreveu Mara Caballero, outra inovação de Tião foi um trejeito para a frente nos quadris das mulatas na hora de dançar, o que era uma ousadia tremenda no inocente começo dos anos 60 (mas que depois se popularizou em programas de televisão como o do Chacrinha). Ele também obrigava os compositores que vencessem as competições de sambam que seriam cantados pelo bloco a dividirem com a agremiação os direitos autorais ganhos com a gravação do disco.

O mais famoso compositor do Bafo da Onça foi Oswaldo Nunes, autor do samba de maior sucesso do bloco, o Oba, criado em 1962: Olha a rapaziada (oba) / Vem dizendo no pé (oba) / As cabrochas gingando (oba) / Como tem mulher (oba) / Todo mundo presente (oba) / Olha a empolgação (oba) / Esse é o Bafo da Onça / Que eu trago guardado no meu coração / Eu vou, eu vou, eu vou / Essa onda que eu vou / Olha a onda Iaiá / É o Bafo da Onça que acabou de chegar / Essa onda que eu vou / Olha a onda Iaiá / É o Bafo da Onça que acabou de chegar. Outro famoso foi Dominguinhos do Estácio, que começou a carreira no Bafo como ritmista e só depois partiu para as composições próprias. Passou por várias escolas de samba (Estácio, Viradouro, Inocentes de Belford Roxo) e hoje é intérprete da Imperatriz Leopoldinense. O bloco chegou a lançar no começo dos anos 60 um LP com seus sambas-empolgação pelo selo Mocambo, em parceria com a fábrica de discos Rozenblit.

Em 1961, surgiu o Cacique de Ramos. Segundo o mestre em História Social e pesquisador da cultura popular carioca, Luiz Antonio Simas, o próprio presidente do bloco, Bira, teria admitido que o Cacique foi criado para competir com o Bafo da Onça no carnaval de rua. Como Simas certa vez escreveu: “Bafo e Cacique cansaram de transformar a avenida Rio Branco, nos dias de Momo, em um verdadeiro Maracanã em domingo de Fla X Flu”. Capilé diz que o Bafo chegava a mobilizar até 30 mil foliões. “Quem fazia aquele desfile de sábado, era o Bafo e o Cacique. Nós é que fazíamos a abertura do carnaval junto com o Rei Momo. Rapaz, era muita gente. Vê o Bola Preta agora? Era o Bafo da Onça”, exagera.

Ele lembra de brigas homéricas entre os dois grupos no fim dos anos 60 e início dos 70, causadas algumas vezes, segundo ele, pelo desrespeito do Cacique à ordem do desfile estabelecida pela prefeitura. “No primeiro ano que desfilamos pela av. Presidente Vargas fui em uma reunião na Riotur e ficou acertado que o Bafo passava na frente do Cacique. Aí quando cheguei no balanço (com um jipe carregando o abre-alas), metade do Cacique já tava dentro do desfile. Mas era garoto novo, era brigão pra caralho, continuei, cortei eles no meio e botei (o abre-alas) lá na frente. Mermão… saiu uma porrada…”. Outra vez, quando o desfile já era na Marquês de Sapucaí, o Cacique ia de novo passando na frente do Bafo. Os dois caíram no braço de novo. “Só vi os Caciques subirem pela grade cemitério (do Catumbi). Mas era uma briga saudável”, conta rindo.

[caption id="" align="aligncenter" width="400" caption="Um Cacique nos anos 70, fotografia de Carlos Vergara"]Um Cacique nos anos 70, fotografia de Carlos Vergara[/caption]

Mudanças estruturais
Em 1971, ocorreu a primeira grande mudança urbanística no Catumbi: a abertura do túnel Santa Barbara e a construção do elevado Paulo de Frontin, que dividiu o bairro do Catumbi em dois, demoliu diversas casas centenárias (43 para ser exato, segundo a Wikipedia), desfigurou a região e acabou com a área de ensaio do bloco. Como diz o historiador Hiram Araújo: “O Bafo não tem mais a localidade que tinha na comunidade. O túnel cortou a comunidade”.

A segunda mudança foi em 1984: a construção do Sambódromo. A obra desalojou diversas famílias do bairro e aumentou ainda mais a descaracterização da comunidade. Ela também acabou com a quadra do bafo e de outros blocos que ficavam no local e no entorno. “Foi a maior idiotice (a construção do Sambódromo). Eles acabaram com o Catumbi”, afirma Capilé, categórico. Como forma de compensação, o Bafo ganhou o direito de ser a primeira agremiação a desfilar pela Marquês de Sapucaí.

As escolas de samba pressionam
Hiram Araújo diz que oito anos depois, por pressão das escolas de samba do grupo especial, blocos como o Bafo e o Cacique foram proibidos de desfilar na avenida do samba. “Quando começou o Sambódromo, os blocos carnavalescos desfilavam na frente das escolas de samba no sábado. Não eram uma força muito grande, mas eram blocos que o poder público tinha que respeitar. As escolas não tiraram de imediato os blocos do desfile do sambódromo porque eles tinham ainda poder. As próprias escolas de samba forçaram essa posição. Não queriam competição e nem havia público para (os blocos), entendeu? A grande atração era a escola de samba”.

Os blocos então voltaram a desfilar pela avenida Rio Branco, onde permanecem até hoje, só que mais esvaziados. Como aconteceu com os ranchos carnavalescos, desde a década de 60 eles foram perdendo espaço para as escolas de samba, que cada vez mais recebia apoio do poder público e espaço na mídia. “O poder público em vez de fortalecer, procurou dizimar. Priorizou só as escolas de sambas e deixou os blocos de lado. Agora (os blocos) estão voltando e eu acredito que eles vão ter mais condições que as escolas de samba”, diz Capilé. Por causa da falta de apoio, as agremiações de carnaval de rua, que somavam mais de 300 na década de 60, caíram para pouco mais de 20 no fim dos anos 90.

Isso ocorreu em parte por causa do apoio da prefeitura às escolas de samba. Com infraestrutura e subvenção pública, estas agremiações haviam formado em 1934 a AESCRJ (Associação das Escolas de Samba do Rio de Janeiro). Com o Sambódromo, em 1984, representantes da Acadêmicos do Salgueiro, Beija-Flor de Nilópolis, Caprichosos de Pilares, Estação Primeira de Mangueira, Imperatriz Leopoldinense, Império Serrano, Mocidade Independente de Padre Miguel, Portela, União da Ilha do Governador e Unidos de Vila Isabel formaram a Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba). Eram as agremiações com maior destaque e maior alcance midiático.

Como explica Hiram Araújo, após perderem suas dez maiores escolas, a AESCRJ negociou com a prefeitura maior subvenção para o carnaval de seus 34 filiados restantes, o que foi concedido. Eles usaram isso como forma de atração dos blocos que desfilavam no subúrbio, como Acadêmicos do Dendê, Flor da Mina do Andaraí, Arame Ricardo, dentre vários outros, para aumentar suas fileiras. Estes grupos deixaram de ser blocos e passaram a ser escolas de samba que desfilam na estrada Intendente Magalhães, na Vila Valqueire, zona oeste da cidade.

Esses blocos carnavalescos carregavam de mil a duas mil pessoas. Eram grandes blocos carnavalescos e hoje são pequenas escolas que arregimentam 200 a 300 pessoas. Viraram escolas de samba sem valor. Isso contribui para acabar com aquela pujança de blocos. Foi um passo atrás. Aquilo ali virou profissão. Você, como presidente de pequena escola de samba, tinha dinheiro e o presidente da associação também ganhava dinheiro com isso. Todas saíram dos bairros de subúrbio e foram desfilar na Intendente Magalhães”, conta.

Decadência
Ele diz que o Bafo e o Cacique não quiseram entrar nessa associação pois tinham perfil diferente. Não eram blocos de enredo (que tocavam sambas-enredo) como os outros, mas blocos de empolgação (que tocavam sambas-empolgação, músicas mais rápidas, curtas e animadas). Só que decaíram também com o tempo por descaso do poder público. Um jornalista especializado em carnaval, que não quis se identificar, disse (e repetiu) que o Bafo foi mal administrado e por isso perdeu a pujança de outrora.

O que também ajudou a esvaziar a agremiação foi a briga entre Capilé e algumas alas do Bafo que queriam levar o bloco para Madureira. Ele tinha alas espalhadas por toda a cidade e até mesmo na Baixada Fluminense. As pessoas vinham de todas as partes para pular carnaval com o grupo do Catumbi. Era gente tanto de Nova Iguaçu e Duque de Caxias quanto do Leme, Copacabana, Piedade e até Ramos, reduto de seu maior rival.

Após uma confusão no Sambódromo, no último ano que os blocos desfilaram ali (o Bafo teria desfilado a noite toda e não teria deixado o Cacique entrar na Marquês de Sapucaí), Capilé perdeu seu posto de presidente, cargo que tinha desde que Tião Maria faleceu. Ficou dois anos fora (Vanderley Barbosa foi eleito em seu lugar) e quando voltou, houve a cisão entre as alas. “As alas queriam pegar o Bafo e levar para Madureira, porque tinha mais ala em Madureira do que aqui no Catumbi. Botei todo mundo para fora. Uma das alas principais que queria fazer isso era o Pagodão de Madureira que até fundou aquele bloco (de mesmo nome)”. Hiram Araújo acha que foi a decisão correta: “O Bafo foi (criado) na comunidade do Catumbi e tem que continuar a existir lá”.

Capilé aponta outro culpado que ajudou a levar o Bafo para a decadência: o tráfico de drogas, que teve sua maior ascensão nos anos 80. “Posso dizer que há uns 30 anos atrás começou a ficar brabo. Porque o pessoal vinha do morro (NOTA: a quadra do Bafo da Onça fica perto do morro do Turano) e eu tinha que ficar com eles até clarear o dia. Os caras não tinham como voltar para casa. Agora não. Tô até me sentindo bem agora, porque não tem mais tiro”. Com a instalação da UPP da região, no morro do Turano, em setembro de 2010, Capilé disse que voltaria a organizar ensaios na quadra do Bafo com mais tranqüilidade e tem esperança de reviver as glórias antigas do bloco.

Considerações
O primeiro contato que tive com o Bafo foi pelo artigo de Luiz Antonio Simas publicado em O Globo. Fiquei curioso e quis conhecer mais sobre o bloco. No carnaval fiz questão de ver o desfile, o que aconteceu por sorte (estava no Centro da cidade quando ele ia começar a entrar na avenida Rio Branco). Foi lá que vi Capilé pela primeira vez. Era um senhor que escalou o trio elétrico onde a banda estava tocando e a mulata dançando. Foi falar algo para a banda. A segunda e última vez foi na própria quadra do Bafo, na rua Doutor Agra, no Catumbi (ao lado do elevado Paulo de Frontin). Ele estava sujo de graxa (como na reportagem da Mara Caballero, na época, afastado da presidência) enquanto ajudava a arrumar um carro. Pelo que vi, a história dele e do Bafo se confundem. Não dá pra falar do Bafo sem falar do Capilé e vice-versa. “Sou a última raizinha que essa merda tem”, disse. O que provavelmente é verdade.

Vi, no entanto, na comunidade do Orkut do grupo (e dizem que o Orkut está ultrapassado) que várias pessoas estão se organizando pra ajudar o bloco a se reerguer. E sem querer pender pro lado do governador Sérgio Cabral, com a UPP do Turano, isso bem pode acontecer mais facilmente. Pelo Orkut, as pessoas estão organizando o site do Bafo e relembrando histórias antigas. São moradores do Catumbi e familiares cuja própria história está entrelaçada com o grande rival do Cacique de Ramos.

Percebi que os dois grupos têm o perfil completamente diferente. O Bafo teve história marcada pelo mito Tião Maria, pelas “Mulatas de Sargentelli” e pelo compositor Oswaldo Nunes. Tudo isso já ficou no passado. As pessoas mais famosas relacionadas ao Cacique de Ramos ainda estão por aí: Arlindo Cruz, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho. O que muitos não sabem é que estes dois últimos também tiveram passagem pelo Bafo (participaram também de rodas de samba no Catumbi), assim como Cauby Peixoto e vários sambistas.

O Cacique tem o grupo Fundo de Quintal, que continua na ativa mas com novos rostos. Sua tamarindeira, que assume aura mitológica (como Tião Maria com o Bafo) ainda faz a sombra para as rodas de samba que ocorrem na quadra do grupo de Ramos. Leila Diniz desfilou no Cacique e o artista plástico Carlos Vergara fez várias fotos sensuais dos foliões vestidos de índio nos anos 70, o que ajudou a eternizar o bloco.

Além disso, foi no Cacique que, segundo André Diniz (no livro Almanaque do Samba), surgiu o pagode (que depois teria sido desvirtuado por paulistas, de acordo com Diniz). Podemos perceber que a história do Cacique teve menos percalços que a do Bafo. Não perdeu um centímetro de sua comunidade e ainda foi o berço de grandes compositores. Ele atrai até hoje entusiastas do samba de toda a parte da cidade, como o filho do governador Sérgio Cabral, Marco Antonio Cabral, que convenceu o prefeito Eduardo Paes a tombar a quadra da agremiação. O Bafo, com todos os problemas que sofreu, não teve tanta sorte e caiu no esquecimento. Hiram Araújo mesmo disse: “O Cacique hoje é uma marca”. Não perguntei o que é o Bafo, mas pelo que vi no Orkut, ele pode ser uma comunidade que quer voltar fazer festa com força. Como é o Rio de Janeiro hoje e seu carnaval de rua.

quinta-feira, 30 de junho de 2011

sobre jornalismo...

Hoje acabei de ler um daqueles Cadernos de Comunicação, que prefeitura editava na gestão do Cesar Maia. O que li foi sobre o jornal Diário de Notícias, jornal conservador do Rio de Janeiro que acabou na época da ditadura militar por problemas financeiros (e se quiser ler, tem o pdf aqui). É bacana ler o depoimento de jornalistas no começo da carreira, ver os perrengues que passaram e como eles se viraram na carreira pra eu poder contextualizar melhor onde tô hoje na profissão e como funciona o dia-a-dia de uma redação.

Tá certo que os caras viveram outros tempos, passavam 20 anos na mesma empresa, com o mesmo chefe, fazendo a mesma coisa e que o jornalismo da época era diferente daquele feito hoje, mas consigo traçar paralelos e entender como tá o Jornal do Commercio hoje.

Primeiro, o Diário de Notícias era um jornal "criado para os militares" segundo Tobias Pinheiro, que já foi editor-chefe da publicação, por Orlando Dantas. O público dele era a classe média da época: servidores públicos, civis, militares e juízes. Ele se opôs a quase todos os governos desde sua criação em 1930. Chegou a funcionar onde hoje é a Folha Dirigida, que era inicialmente o suplemento de educação do Diário.

(Vendo essa posição contrária ao governo entendo melhor O Globo dos dias de hoje, que quer apontar tudo aquilo que ele julga de errado no governo Lula. Andava com certa birra por causa dessa posição editorial "porque jornalismo tem que ser imparcial", mas talvez raras ele, o jornalismo, tenha sido assim de verdade...)

O Jornal do Commercio é uma publicação voltada ao empresariado (seja o grande, médio ou pequeno) que quer munir ele com informações econômicas e políticas do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro e do mundo. Hoje ele é enxuto tanto na quantidade de cadernos quanto no número de páginas, por causa dessa crise que tá se abatendo sobre o mercado jornalístico.

Suas editorias são Economia, Economia Internacional, País, São Paulo e Rio de Janeiro no primeiro caderno. No segundo ficam as editorias de Mercado (bolsa de valores), Empresas (quanto as companhias estão investindo e onde) e Tecnologia (com aparelhos tecnológicos), Direto e Justiça (que são os olhos da casa do dono do jornal, que é advogado), Leilão (com compra e vendas de bens), Carreiras (com dicas e informações para executivos), Gerência (com sugestões administrativas para as pequenas e médias empresas), Lojista (para os varejistas) e Seu Negócio (sobre pequenas e médias empresas e franquias). Nas edições de final-de-semana tem também o caderno de Artes & Espetáculos, que já foi mais gordo, mas por cortes, hoje tem menos páginas. Já teve caderno de Educação também, acho que uns 10 anos atrás (aparentemente era normal alguns jornais ter um suplemento só para educação. O Diário de Notícias também tinha).

O jornal é de "centro-direita" mas acho que apóia todos que estejam no governo, seja o FHC ou o Lula, o Serra ou a Dilma. Quando entrei, era o terceiro maior jornal econômico do Brasil, estando atrás apenas do Valor Econômico (claro) e da Gazeta Mercantil (que faliu, infelizmente. meu pai começou lá e foi da "turma dos célebres jornalistas que sairam de lá"). Mais humilde, JC tem que batalhar pra ficar no mercado, porque o desconhecimento sobre ele é grande. No dia-a-dia vejo poucas pessoas com ele, apesar de ser um bom jornal. Conhecida minha que estudou filosofia lia ele, gostava das partes de política (que noticia algumas coisas antes do Globo, por exemplo). Um velhinho que conversei dia desses mandou um "é um jornal com muita economia, não é? não gosto não", mas ele não sabia que tinha política lá. E porra, na moral, é essencial saber sobre economia hoje... nego acha que jornal é só pra noticiar matéria sobre crime e corrupção. Que jornalismo é só o "jornalismo investigativo", que ele tem que ser o "quarto poder". Com economia você vê que o País tá se movendo (ou não) e para onde.

Na real não sei se falo tudo que penso sobre o jornal e a administração dele não... porque vai que interpretam algumas críticas minhas de forma errada e sou demitido? Tá rolando isso com muita gente ultimamente... Então deixo as críticas para mim, melhor.

Foda que quanto mais começo a estudar e divagar sobre jornalismo, mais assunto tenho: crise no jornalismo, ciberjornalismo, jornalismo colaborativo, luis nassif, reinaldo azevedo... é complicado, porque tenho que ter posições também sobre os jornalistas. Mas vou me concentrar no trabalho e no dia-a-dia e tentar não me envolver demais nessas questões.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ron Franz: I'm going to miss you when you go.
Christopher McCandless: I will miss you too, but you are wrong if you think that the joy of life comes principally from the joy of human relationships. God's place is all around us, it is in everything and in anything we can experience. People just need to change the way they look at things.
Ron Franz: Yeah. I am going to take stock of that. You know I am. I want to tell you something. From bits and pieces of what you have told me about your family, your mother and your dad... And I know you have problems with the church too... But there is some kind of bigger thing that we can all appreciate and it sounds to me you don't mind calling it God. But when you forgive, you love. And when you love, God's light shines through you.
Christopher McCandless: Holy shit!